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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

SAFIRA A MULHER DE ANANIAS





SAFIRA, A MULHER QUE MORREU POR TER DADO OUVIDOS A SATANÁS

"Na longa história da igreja, jamais existiu tal manifestação de mordomia cristã e de senso de responsabilidade individual para com Deus." Herbert Lockyer *

Atos 4:32-5:11

Quem teve primeiro a idéia? Ananias ou Safira?
Qual deles decidiu vender uma parte da propriedade a fim de dar o dinheiro aos necessitados?
Era um plano maravilhoso, altruísta e sacrificial.
Cativados por um movimento que havia surgido ultimamente em Jerusalém, Ananias e Safira juntaram-se ao grupo de pessoas cujo maior desejo era fazer os outros felizes. Mais tarde, esses foram chamados cristãos (Atos 11:26), termo que os ligava ao nome do seu Salvador e grande exemplo, Jesus Cristo.
Em Jerusalém, algo de especial tinha acontecido. Dez dias depois da ascensão de Jesus, o Espírito Santo tinha descido sobre os discípulos, exatamente como estava predito. Esse Espírito tinha cativado os corações dos crentes, mudando-os radicalmente. Desenvolveu-se entre eles um laço mútuo de amor e unidade como nunca se imaginara possível. Experimentaram entre si uma relação que jamais existira antes e que mais tarde foi bastante esquecida.
Os crentes encontravam-se diariamente no templo. Desejavam estar juntos. Procuravam-se mutuamente e comiam uns com os outros. Deus constituía o centro dos seus pensamentos e conversas.
Em tais situações, as diferenças sociais podem tornar-se dolorosas. Como é possível desfrutar dos bens próprios enquanto outros passam por grandes necessidades? O Espírito de Jesus – acerca do Qual os apóstolos falavam com entusiasmo – tinha vindo para o seu meio. Era a Sua compaixão que eles experimentavam. Como Ele, também os crentes desejavam servir os outros, fazê-los felizes. Dessa altura em diante, queriam ser bons mordomos dos seus bens. Sem que ninguém os forçasse a fazer isso, os ricos vendiam as suas propriedades. A importância recebida era então colocada num fundo comum, do qual todos recebiam a sua parte, de acordo com a necessidade de cada um.
A primeira igreja de Jesus Cristo estava intimamente unida pela fé nEle. Os seus membros eram também iguais nas circunstâncias externas, porque os mais abastados davam do que tinham a favor dos que precisavam.
José, também chamado Barnabé, era um homem particularmente notável entre eles. O seu nome significava "Filho da Consolação", e isso traduzia exatamente o que ele era. Vendeu um campo que possuía e trouxe o dinheiro aos apóstolos. Todos começaram a falar a respeito deste homem e do bom exemplo que dera.
Uma vez que a igreja pensava em termos espirituais, os seus membros estavam convictos do valor relativo e temporal dos bens materiais. Não tinha o Mestre dito com bastante ênfase que se uma pessoa não renunciasse a tudo o que tinha não podia ser Seu discípulo? (Luc. 14:33)
Como os seus pensamentos estavam acima de tudo preocupados com as coisas do Reino de Deus, os cristãos tinham a convicção de que o Senhor cuidaria deles (Mat. 6:33). Não tinha Jesus afirmado que aqueles que deixam parentes, casa e propriedades por amor d'Ele e do Evangelho receberão cem vezes mais? (Mar. 10:29-30)
Não admira que os crentes que viviam de acordo com estes padrões divinos fossem populares com as outras pessoas. Os que criam em Jesus Cristo, o Ressuscitado, eram diariamente acrescentados à igreja (Atos 2:43-47).
Naquela época, muitos milagres maravilhosos se estavam a realizar, os quais enchiam as pessoas de temor, incluindo Ananias e Safira. Sem outra pressão que não fosse a das suas próprias consciências, este casal decidiu voluntariamente seguir os exemplos que viam à sua volta. Não queriam ficar atrás de Barnabé e de outros. A sua excelente decisão de vender uma propriedade e dar o dinheiro foi mútua.
Satanás tinha observado o desenvolvimento dos primeiros cristãos e sentia-se furioso. Estava a procurar maneiras de anular o seu crescimento e felicidade. Como cada pessoa que se juntava à igreja era um perda para o seu domínio (Atos 26:18), ele não podia permanecer inativo. Olhou para os corações de Ananias e Safira e descobriu que a fé deles não era da mesma qualidade que a de Barnabé. verificou que eles possuíam um duplo objetivo. Queriam fazer o bem, por um lado, e conseguir causar boa impressão, por outro.
Ananias e Safira não estavam apenas preocupados com os pobres. Desejavam também ser alvo de honras e admiração. Em parte, o seu alvo não era espiritual. Queriam aparentar ser melhores do que realmente eram. Talvez o medo os tivesse também invadido, após a decisão inicial. Agora que eram mais velhos, recebiam menos cuidados e o futuro era incerto.
Quaisquer que fossem as suas razões, eles concordaram em guardar parte do dinheiro da propriedade que tinham vendido, fingindo entretanto que davam tudo. De outro modo, as pessoas não ficariam tão bem impressionados com eles como com Barnabé. Plenamente conscientes da sua decisão bem pensada, Ananias e Safira levaram por diante o seu plano, com prejuízo das suas vidas.
Quando Pedro recebeu o dinheiro de Ananias, sabia já que se estava a praticar uma fraude. A sua saudação foi aterradora, "Ananias, por que encheu Satanás o teu coração para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade?" (Atos 5:3)
As palavras de Pedro revelaram a extensão e a seriedade desta atitude enganosa. Ananias tinha consentido que Satanás ocupasse o seu coração. Como acontecera ao primeiro casal na terra, Adão e Eva, ele e Safira haviam-se deixado enganar por Satanás. Como sempre, o diabo visava destruir a obra de Deus.
Pedro sabia que enganar o Espírito Santo era enganar Deus. "Guardando-a não ficava para ti ? E, vendida, não estava em teu poder?" E Pedro continuou: "Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus" (Atos 5:4).
Com estas palavras, Ananias caiu morto. Não foi condenado por causa da oferta não ser suficientemente grande, mas porque estava ligada à desonestidade. A sua ação de nada valeu, por causa da duplicidade e mentira. Acima de tudo, ele tentara enganar a Deus e depois aos crédulos necessitados. A decisão que haviam tomado pôs em causa a santidade de Deus e desonrou-O pela mentira. Isso custou-lhe a vida.
O Deus a Quem Ananias e Safira tinham profundamente menosprezado é um Deus santo. É um fogo consumidor (Heb. 12:29). Nenhuma criatura se esconde diante dEle. Mas todos estão patentes e expostos aos Seus olhos (Heb. 4:13). Isso era também verdade a respeito dos pensamentos de Ananias e Safira. Eles tinham igualmente de dar contas dos seus atos a Deus, e quem poderia subsistir quando Ele administrava a justiça em vez da misericórdia?
Petrificadas, as pessoas que estavam presentes observaram como os jovens cobriram o corpo de Ananias com um lençol e o levaram imediatamente para ser sepultado.
Jerusalém era pequena. De qualquer ponto da cidade, se chegava depressa à praça do templo. Como o marido não tinha regressado a casa após cerca de três horas, Safira foi investigar. Quando entrou na sala para falar com Pedro e os apóstolos, elas ainda estavam a pensar no que de terrível tinha acontecido. À distância soaram os passos dos jovens que voltavam do funeral de Ananias.
Será que Safira se apercebeu da tensão que pairava na sala ?
Será essa a razão por que ela não ousou perguntar onde estava o marido?
Ninguém lhe disse o que havia acontecido. Ela tinha de enfrentar também o teste em que o marido falhara.
Pedro retomou o fio da conversa com Safira como se não tivesse passado tempo algum desde a morte de Ananias. "Dize-me, vendeste por tanto aquela herdade?" (Atos 5:8)
Deus estava a dar a Safira uma segunda oportunidade. Ela havia perdido a primeira – a possibilidade de responder como o marido de forma honesta a Deus e aos Seus servos.

"Uma pessoa é escrava daquilo que a controla" (escreveu Pedro (2 Pe. 2:19). Os cristãos não devem racionalizar mesmo o hábito mais insignificante, se sabem que é contrário á direção do Espírito Santo e se encontra fora do ambiente sa verdadeira liberdade que Cristo nos tem dado pela Sua morte e ressurreição.

Safira não havia sido uma boa auxiliar para Ananias (Prov. 31:12). Não tinha usado a grande influência que possuía como sua esposa para servir de bênção ao marido. Tinha-lhe feito pouco bem. Não tentara se impedi-lo de pecar, e, portanto, era também culpada da sua morte.
Mostrou que também ela estava em poder de Satanás. Por conseguinte, a sua resposta foi forçosamente breve e sem qualquer hesitação: "Sim, por tanto" (Atos 5:8). "Como é que tu e o teu marido foram capazes de pensar mesmo em fazer uma coisa destas conspirando juntos para tentar o Espírito de Deus?" – disse-lhe Pedro em tom de censura (v. 9).
O terrível fato do pecado de Ananias e Safira estava em que fora premeditado. Eles tinham plena consciência do que faziam. O pecado não os apanhara de surpresa. Entretiveram-se com ele deliberadamente. Por causa do seu pecado, Safira morreu também.
Entretanto, os jovens regressavam a casa. Chegavam precisamente a tempo para sepultar a mulher de Ananias.
Safira causou, sem dúvida, uma impressão, mas não positiva. Deixou atrás de si recordações de medo, terror e desânimo; tanto no que dizia respeito aos cristãos, como para os que não eram da igreja mas ouviram falar da causa da sua morte.
O nome de Safira estava relacionado com a pedra preciosa chamada "safira", mas o único clarão que conseguiu deixar foi um triste aviso.

Safira, a mulher que morreu por ter dado ouvidos a Satanás.
(Atos 4:32-5:11)

Perguntas:
1. Faça uma lista de algumas características da igreja cristã no tempo de Safira.
2. Qual lhe parece ser o atributo mais notável dos crentes?
3. Como é que a atitude destes cristãos influenciou a vida de Ananias e Safira?
4. Examine a atitude de Safira para com o marido, à luz de Provérbios 31:12. A que conclusão chega?
5. Como é que a morte de Safira afetou os cristãos?
6. Que princípio aprendeu desta história que possa aplicar à sua própria vida?

FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2

* De Women of the Bible, por Herbert Lockyer, p. 153.

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