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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FEBE UMA MULHER SOLTEIRA




FEBE, UMA MULHER SOLTEIRA QUE POSSUÍA O ANTÍDOTO DA SOLIDÃO

"De país para país, algumas das pessoas mais atraentes que tenho encontrado são missionárias solteiras. São, sem dúvida, as pessoas de vida mais vigorosa que se podem encontrar. Obviamente, canalizam a sua força criativa e as suas energias para ajudar outros à sua volta, em nome de Jesus. Eu observo-as e me sinto inspirada". Ada Lum *

Romanos 16:1-2

Febe, a serva da igreja em Cencréia – a parte oriental de Corinto – tinha acabado a sua viagem. Tratara-se de uma longa e penosa jornada, que até muitos homens hesitavam em fazer.
Febe tinha viajado por terra e por mar. Tinha os pés cheios de bolhas por causa das infindas caminhadas por estradas pedregosas das montanhas. Constituíra uma prova para os nervos a sua travessia da Macedônia para a Itália num pequeno barco que não deixava de ranger. Mas em todas essas circunstâncias, ela permaneceu sempre consciente da sua tarefa. Tinha de entregar a carta de Paulo aos cristãos em Roma, sem dano algum.
Finalmente, os contornos da cidade apareceram diante dos seus olhos. Roma, a cidade eterna, lá estava diante dela sobre as suas sete colinas. A Via Ápia que ia percorrendo conduzia ao coração da cidade. Para Febe, esta viagem constituía uma aventura excitante em vários sentidos.
Acima de tudo, através desta viagem tinha alargado os seus horizontes. Estava-se por volta de 57 A.D., quando ainda poucas pessoas tinham o privilégio de viajar e a maior parte dos que o faziam eram homens. Levaria ainda séculos antes que o mundo – primeiro pela palavra escrita e mais tarde através dos meios de comunicação modernos – se abrisse inteiramente. As pessoas viviam isoladas e geralmente não conheciam muita gente fora das suas próprias cidades.
Esta viagem não permitiu apenas a Febe visitar outro pais e uma das cidades mais fascinantes de todos os tempos; deu-lhe também a oportunidade de conhecer outros cristãos. Tirando o fato de partilharem da mesma fé, os outros crentes diferiam dela em muitos sentidos.
Febe era uma mulher solteira, mas não se sentia só. A sua vida era tudo menos vazia. O senso de realização própria resultava da sua prontidão em servir. Dando-se aos outros, Febe mantinha à distância o espectro da solidão. Ela sabia que uma vida voltada para os outros atrai as pessoas, particularmente as que vivem sós, isoladas. O fato de se abrir às necessidades dos outros ajudava-a a encher e enriquecer a sua vida, tornando-a uma aventura interessante e variada.
Febe experimentaria esse princípio em Roma. Os cristãos não a iriam receber como uma estranha. O pergaminho de Paulo, que constituía a parte mais preciosa da bagagem que levava, continha uma recomendação calorosa da mensageira. Por isso, ela seria recebida com cordialidade e tratada com honra.
"Ajudai-a em tudo que puderdes", escrevera Paulo (Rom. 16:1-2). Febe, que pensava sempre nos outros, seria agora alvo de ajuda. Estas palavras manifestavam a amizade sincera e o respeito do Apóstolo por Febe.
Paulo, que teve de adiar muitas vezes a sua visita a Roma (Rom. 1:13), ousava fazer o seu primeiro contato com os cristãos romanos através desta serva de Deus. Iriam passar mais três anos até que ele tivesse possibilidade de visitar Roma. Até lá, a igreja cristã dessa cidade iria vê-lo através dos olhos de Febe.
Embota fosse um notável líder cristão, Paulo colocou a sua reputação nas mãos de uma mulher. Era arriscado para ele tornar-se tão dependente de uma outra pessoa. Todavia, com Febe, ele ousava correr o risco. Estava certo de que ela tinha uma boa reputação e ia representá-lo bem. Esta irmã tinha já provado que possuía um coração dedicado a Deus e ao Seu serviço. Era competente, digna e merecia a confiança de desempenhar esta grande responsabilidade.
Na carta de Paulo aos Romanos estava a sua declaração mais completa do evangelho. Da cidade de Roma, a mensagem de Cristo iria espalhar-se pelo mundo. Nessa epístola, o Apóstolo explicava todos os princípios básicos do evangelho. Ele queria que os leitores soubessem que todo o ser humano é pecador (Rom. 3:23). É nascido de pais pecadores (Rom. 5:12) e comete ele próprio pecado, duas coisas que merecem castigo de morte. Sem qualquer exceção, o homem sem Deus está perdido (Rom. 6:23). E uma criatura que não pode existir perante um Deus santo (Rom.3:10-18) Este é, sem dúvida, o fato mais triste da história humana.
Contudo, a carta de Paulo não chamava apenas a atenção para o maior problema da humanidade. Continha também a grande solução de Deus. O homem não precisava sofrer esse terrível castigo. Não estava condenado a morrer pelo seu pecado. Podia escapar a esse trágico destino apelando para o Mediador enviado por Deus.
Jesus Cristo – o Filho de Deus – suportou a morte embora estivesse inocente (Rom. 5:8). Ele dá completo perdão a todos os que aceitam a Sua obra de substituição (Rom. 8:1) e reconhecem que são pecadores. Precisam também crer e pôr a sua confiança em Jesus, e declarar publicamente essa decisão por Cristo (Rom. 10:9-10).
A pessoa que crê e responde à mensagem de Cristo não será condenada à morte espiritual. Em vez de ficar eternamente separada de Deus, receberá uma vida nova, eterna e espiritual. Torna-se filho de Deus e o Espírito Santo dá-lhe uma profunda convicção íntima desta verdade (Rom. 8:13-17).
Continuando a lançar os fundamentos da fé, Paulo instruiu os crentes romanos a respeito da segurança da salvação (Rom. 8:31-39). Referiu-se à necessidade de andar com Deus e viver no poder do Espírito Santo. Estas e outras grandes verdades definiu Paulo na carta que Febe, uma serva pronta do evangelho, levou a Roma.
A Bíblia não nos diz como é que esta mulher veio a ter uma fé pessoal em Cristo. As 45 palavras que descrevem a sua vida são demasiado escassas. Mas a fé que nutria era certamente o conteúdo da sua vida e a motivação dos seus atos. Ela era uma irmã da igreja, onde a fé em Cristo unia todos os crentes numa grande família de várias culturas. Eles interessavam-se pelas necessidades uns dos outros, como irmãos.
No caso de Febe, a palavra irmã não indicava apenas uma relação espiritual mútua; falava também de um estado. Numa sociedade em que a mulher era colocada bastante abaixo do homem, Febe tinha o seu lugar numa grande família de filhos de Deus, numa relação espiritual de completa igualdade. Dessa posição começou ela a servir a igreja.
Para Febe, servir não significava entregar-se a um trabalho inferior. Não se tratava de uma realização própria de segunda categoria. Era antes um grande privilégio. No porto de Cencréia, que como qualquer outro grande porto marítimo revelava o pecado nas suas formas mais abjetas, a personalidade de Febe irradiava luz. Seria esse brilho mesmo de Febe? Não, a luz de Jesus Cristo (João 8:12) é que brilhava através dela. A luz que irradiava era um reflexo do poder transformador de Deus.
Não sabemos como é que ela ajudava as outras pessoas. Será que abria o lar para serviço da igreja, como Lídia e Priscila? Ofereceria ela hospitalidade às pessoas que viajavam na direção do oriente ou ocidente, através do porto que ficava no Mar Egeu? Ou teria a sua ajuda consistido principalmente de ofertas de dinheiro e de bens? Estas questões não encontram respostas definitivas. Também não são de grande importância, pois sabemos que os serviços de Febe eram variados, sacrificiais e eficientes.
Febe não tinha marido. Estava só na vida. Todavia, não ficava pacientemente à espera de que alguém viesse aliviar a sua solidão. Servia-se antes dessa solidão para ajudar os outros. Quem, talvez tenha pensado, poderá fazer isto tão livremente como ela? Quem poderá dar-se melhor aos outros do que a pessoa que só tem de cuidar de si própria?
Essa atitude determinou também o seu relacionamento com Paulo. Não há dúvidas de que, para Febe, Paulo era o grande apóstolo, servo de Deus. Mas, ao mesmo tempo era seu "irmão". Era também um homem só na vida, que necessitava e apreciava a colaboração de uma mulher compreensiva.
Assim, isso resultou numa interação ideal. Se Febe desempenhava uma função especial – a de diaconisa, por exemplo – ou se se limitava a trabalhos gerais, não podemos saber exatamente. O seu primeiro dever podia estar relacionado com a expressão "que serve na igreja", o segundo com o fato de que pessoalmente ajudava Paulo e outras pessoas. Mas para uma mulher como ela, isso não fazia qualquer diferença. Preocupava-se apenas com coisas que tinham realmente importância – a sua utilidade para Deus e para os outros. Uma serva assim não ansiava por um título. Queria simplesmente ser um ser humano com uma influência positiva. Tornava-se merecedora do respeito por causa da sua fé e visão, e por causa da sua total entrega aos outros.
Todas as mulheres necessitavam de amor e atenção. Febe não constituía exceção. Ela recebia o que necessitava dando primeiro o seu amor e talentos aos outros. Empregando as palavras de Salomão, ela era "enriquecida"» porque antes "dava generosamente" ((Prov. 11:24-25).
De acordo com as leis do reino de Deus, quando os cristãos dão com generosidade, recebem de volta com abundância. Uma pessoa que não foge ao serviço – que alegre e voluntariamente espalha amor e amizade – experimentará a bênção de Deus. "Deus", escreve Paulo, "ama ao que dá com alegria" (2 Cor. 9:9-8). Sobre uma pessoa assim, Ele derramará os Seus dons. Tal crente sempre terá mais do que necessário, em todos os aspectos; disporá de meios abundantes para fazer toda a sorte de boas obras.
A questão sobre se a humanidade teria hoje uma cópia da epístola de Paulo aos Romanos, se Febe tivesse falhado, é mera especulação. Deus – o Eterno, o Soberano, o Todo-Poderoso – não dependia de um ser humano para a entrega da Sua mensagem. Mas permanece o fato de que Ele usou Febe para levar esta preciosa Palavra de Deus ao povo romano e ao mundo.
Febe encabeçou uma série de mulheres que através dos tempos têm servido Cristo e a Sua igreja. Paulo mencionou-a primeiro numa longa lista de colaboradores, entre os quais nomeou mais oito mulheres (Rm. 16:1-16).
Febe, que servia a igreja em Cencréia, mostrou a todos – que vivem sós ou não – o remédio eficaz contra a solidão: Servir.

Febe, uma mulher solteira que possuía o antídoto da solidão
(Romanos 16: 1-2)

Perguntas:
1. Apresente por palavras suas a descrição que Paulo faz de Febe. Ao estudar as perguntas 2-6 formule alguns princípios básicos do evangelho constantes da carta aos romanos, juntando-lhe referências bíblicas da sua própria escolha, para as respostas.
2. Estude Romanos 3:10-18, 23; 6:23.
a. Quem é que pecou?
b. Qual é o salário do pecado?
3. Como é que uma pessoa pode receber perdão para o seu pecado ? (Romanos 5:8; 8:1).
4. De acordo com Romanos 10:9-11, quais são as condições para que alguém possa receber a salvação?
5. Quem convence o cristão de que é um filho de Deus? (Romanos 8:16-17).
6. Faça a si próprio algumas perguntas: À luz dos fatos acima, serei eu um filho de Deus? Se sim, que estou a fazer para partilhar esta mensagem com os outros? Se não, o que é que tenho de fazer para me tornar filho de Deus ? (Leia João 1:12 ; 3:16; 14:6; 1 João 5:11-12).


FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2



* De Single & Human (Solteira e Humana), de Ada Lum, p. 40. Copyright 1976. Inter-Varsity Christian Fellowship. Usado com permissão.

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