Youtube

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

DINA FILHA DE JACOB




DINÁ, UMA JOVEM CUJA CURIOSIDADE LEVOU AO CRIME E AO LUTO

"Aumenta de um modo alarmante o número moças que, ansiosas por uma mudança e querendo ver algo do mundo, abandonam a proteção de um bom lar e nunca mais dão notícias. Muitas delas acabam em pecado, crime e degradação." Herbert Lockyer*

Gênesis 34:1-15
Gênesis 34:24-29

Diná, a filha de Jacó, sentia-se aborrecida e tinha muita razão para isso. A vida numa tenda não oferecia muita atração para uma jovem, particularmente porque os seus pais já eram idosos e ela só tinha irmãos com quem falar.
Diná não tinha tido muita oportunidade para se divertir. A sua vida fora sempre nômade, portanto, de constante movimento. Tendo emigrado originalmente da cidade de Harã, na Mesopotâmia (Gên. 31:18) – cerca de 400 milhas para nordeste – a sua família continuava a vaguear. Vez após vez, eles paravam durante algum tempo, armavam as tendas no solo e prosseguiam depois. De novo se punham em marcha, avançando lentamente, a par com os animais.
Chegaram então a Canaã. O pai armou as tendas perto de Salém, que pertencia à cidade de Siquém, e comprou um bocado de terreno (Gên. 33:18-20). É evidente que ele desejava fixar-se na terra que Deus tinha prometido aos seus antepassados Abraão e Isaque, pois através dessa promessa a terra também lhe pertencia.
É de notar, entretanto, que Jacó não avançou mais algumas milhas até Betel. Aí tinha feito uma promessa a Deus, 30 anos antes, quando estava prestes a sair de Canaã (Gên. 28:19-22; 31:13). Teria arrefecido o seu amor a Deus?
Siquém ficava situada num caminho estratégico que atravessava as montanhas de Ebal, Efraim e Gerizim e controlava as estradas para o norte e oeste. Gozando duma bela localização e cultura elevada, Siquém nunca se tornava maçadora. Diariamente chegavam mercadores e emigrantes que seguiam do oriente para o Egito, vestidos com trajes exóticos.
Diná cansou-se de estar só. Sentia-se impaciente.
Ansiava por algo mais agradável e excitante do que as tendas do pai. Queria encontrar-se com outras moças e tinha ouvido dizer que as jovens de Siquém ofereciam um aspecto colorido por causa dos seus lindos trajes orientais. Desejando ver com os seus próprios olhos esses vestidos, deixou a tenda paterna e foi andando na direção de Siquém.
Será que os pais souberam da partida de Diná? Não haveria ninguém que a advertisse ? Não teria a mãe ou o pai posto em evidência os perigos que a ameaçavam? No passado, a sua bisavó Sara e a avó Rebeca tinham enfrentado muitos problemas quando despertaram a atenção dos reis da terra que haviam visitado (Gên. 12:14-20; 26:7-11). Só uma intervenção de Deus e a presença dos maridos as haviam livrado da tragédia. Mas Diná encontrava-se só, era jovem e inexperiente.
Assim chegou a Siquém. Se conseguiu ver alguma ou muitas das beldades da terra, não sabemos. Mas ela acabou na cama do príncipe da região. O príncipe Siquém, filho de Hamor, viu-a, tomou-a e violou-a. Desconhece-se também se Diná consentiu em entrar no palácio ou se fez tudo o que estava ao seu alcance para o impedir. Entretanto, dentro daquelas paredes, ela perdeu a sua pureza, a sua virgindade. Como qualquer outra moça que tenha passado por essa experiência, Diná perdeu algo de muito precioso, algo que jamais poderia reaver.
A sua breve viagem, inspirada pela curiosidade e impulso, desencadeou uma reação de tragédia que terminou com crime e luto. A grande mágoa que Diná causou foi de efeitos terríveis, que não se puderam controlar depois de estarem em movimento.
Esta situação revelou-se ainda mais grave do que a princípio parecia. Diná era membro de uma família que havia feito um pacto com Deus. Ela devia ter sido mais cuidadosa, não só por si mesma, mas também porque a sua família representava a tribo do povo de Deus.
Enquanto Diná permanecia no palácio real com Siquém, cujo nome era idêntico ao da cidade, Jacó e os seus filhos ouviram o que tinha acontecido. O rei Hamor, pai de Siquém, antecipou-se à reação de Jacó e visitou-o: "O meu filho está realmente apaixonado pela tua filha", disse ele. "Por favor, deixa-o casar com ela" (Gên. 34:8).
Depois chegou o próprio Siquém. Sendo um príncipe pagão, ele não tinha sido ensinado a pensar em Deus quanto aos seus planos. Embora tivesse andado mal com Diná, ninguém podia duvidar dos seus planos sérios a respeito dela.
O povo amava-o e ele era bastante apreciado. "Por favor, seja bom para mim", suplicou ele. "Dê o seu consentimento para que ela se torne minha esposa. No que diz respeito ao dote, pode indicar o que deseja. Pagarei o que pedir" (vv. 11-12). Era evidente que Siquém se sentia muito preso a Diná. Amava-a verdadeiramente. E ela? Ela não era indiferente ao amor dele. Gostava da maneira como lhe falava.
Com o fim de agradar o mais possível à família da moça, Hamor sugeriu que Jacó e a sua tribo fizesse uma aliança com o povo de Siquém, de modo que pudessem realizar casamentos entre si, bem como negócios. Mas Simeão e Levi, irmãos de Diná, estavam furiosos, e com razão. Eles pertenciam a uma tribo que havia feito um pacto com Deus e, portanto, tinham de satisfazer exigências mais elevadas. De acordo com a lei que possuíam, o fato de uma jovem perder a sua virgindade era considerado um crime flagrante (Dt. 22:20-21). Eles estavam demasiado chocados e irados para deixarem passar o insulto, pois tratava-se de um ultraje a todos eles. "Tu não podes fazer tal coisa!" exclamaram eles irritados.

Usando Moisés como Seu porta-voz, Deus, prometeu mais tarde aos israelitas que continuaria a abençoá-los enquanto eles Lhe obedecessem e guardassem os Seus mandamentos (Êx. 19:5-6, 20).

A sua fúria era justificada, mas a maneira como eles se vingaram não o foi. Simeão e Levi atuam de uma maneira desonesta e hipócrita. Fingindo concordar com a proposta do rei Hamor para misturar os dois povos, eles estabeleceram a condição de que todo o macho habitante de Siquém teria de se sujeitar à circuncisão, um rito obrigatório entre os homens hebreus. A sua exigência mostrava até que ponto os dois irmãos consideravam superficialmente a religião. Confundiam o seu autêntico significado com o correspondente sinal externo. E o pior de tudo é que usaram a religião para dar cobertura a um assassínio premeditado.
Depois de Hamor e Siquém haverem convencido os seus súditos de que o pedido dos hebreus era razoável, a cerimônia teve lugar. Simeão e Levi entraram então na cidade, no terceiro dia, armados com espadas. Enquanto toda a população masculina gemia com dores, incapaz de se mover por causa do ferimento, Simeão e Levi mataram todos os homens da cidade. Com as espadas, decapitaram ou apunhalaram homem após homem. Não hesitaram mesmo em sacrificar Hamor e Siquém, homens com quem haviam fingido discutir a aliança alguns dias antes, apenas. O que começou com a paixão da sensualidade, acabou por se tornar em assassínio.
O crime hediondo perpetrado por Simeão e Levi contra pessoas indefesas não foi suficiente para fazer arrefecer o seu ódio. Saquearam também a cidade, apoderando-se de todos os rebanhos e gados e capturando as mulheres e crianças como sua presa.
Aquela pequena viagem, aparentemente inocente, que Diná empreendera, tinha levado os seus irmãos a cometer um crime que não tinha qualquer relação com o mal que o príncipe Siquém havia praticado. Simeão e Levi tinham-se tornado assassinos, detestados por todo o mundo. Tinham acarretado uma mancha sobre eles próprios, a qual jamais desapareceria. Homens sem conta morreram por causa da sua crueldade, mulheres e crianças ficaram viúvas e órfãs, sem terem nada mais do que tristezas.
Por meio destas circunstâncias, não só ficou arruinada a reputação de Diná e dos irmãos, mas o seu pai sofreu também.
"Tendes-me turbado, fazendo-me cheirar mal entre os moradores desta terra", lamentou ele. "Sendo eu pouco povo em número, ajuntar-se-ão e ficarei destruído eu e a minha casa" (v. 30).
De fato, foi o nome de Deus – tão intimamente ligado com o nome de Jacó e do Seu povo (Gên. 32:28-29) – que realmente sofreu. Jacó esqueceu-se de mencionar esse fato. Seria possível que ele estivesse mais preocupado com o seu próprio nome, do que diriam dele por trás, do que na honra de Deus? Seria esta fraqueza temporária do pai a causa do mau comportamento dos filhos?
A sua atitude para com a família também não foi muito impressiva. Repreendeu Simeão e Levi pela maneira como lhe tinham causado toda aquela desgraça, mas não mencionou o pecado que haviam cometido contra Deus e contra os seus semelhantes.
A Bíblia nem mesmo menciona qualquer preocupação e autoridade paternal por parte de Jacó em relação a Diná. Ela não recebeu dele a atenção de que necessitava nessa dolorosa situação. Aquele amor que se mostra mesmo numa repreensão, parece que não lhe foi expressado Prov. 3:12). Jacó pensava apenas em si mesmo.
A Bíblia também não diz se a mãe de Diná a compreendeu e confortou, ou não. E todavia, quem mais do que Léia – que tinha sofrido tanto por causa do amor – poderia ter sido mais compreensiva para com a dor da filha ? Diná era uma jovem simpática, e o homem que a tinha amado estava morto, por causa da sua ação impulsiva. A sua terrível aventura não a tinha desgraçado só a ela fisicamente, mas podia-lhe ter deixado feridas morais. As escaras dessas feridas poderiam nunca mais ficar completamente saradas.
Depois destes tristes acontecimentos, Jacó, sob a ordem de Deus, seguiu com a sua família do lugar do crime para Betel. Aí, mais uma vez se tornou o homem que devia ter sido mais cedo, pai que dirigia a família no culto a Deus.

Cerca de 2000 anos mais tarde, Paulo advertiu Timóteo de que as viúvas jovens que facilmente se aborrecem, começam por ir de casa, entregando-se à maledicência e a outros pecados. Deste modo, opõem-se a Deus e facilitam o trabalho de Satanás (1 Tim. 5:13-15). Paulo deu também instruções específicas a Tito a respeito das mulheres novas, com o objetivo de impedir que lançassem o descrédito sobre a Palavra de Deus (Tito 2:4-5).

A história de Diná ocorreu cerca 1900 anos antes do nascimento de Cristo. Mas os perigos que ela encontrou não se restringem simplesmente a esse período ou ao Livro de Gênesis. O problema que Diná enfrentou é universal As cidades modernas continuam a seduzir as jovens ansiosas por "experimentar a vida". Todavia, quantas vezes essa experiência da vida por parte de uma jovem numa cidade estranha acaba por se tornar um encontro com as amargas realidades do pecado, de que, tanto ela como a família, talvez jamais se venham a recuperar plenamente.

Diná, uma jovem cuja curiosidade levou ao crime e ao luto
(Gênesis 34:1-15, 24-29)

Perguntas:
1. Compare Gênesis 34:1-3 com Gênesis 12:14-20; 20:1-18; 26:7-11. Em que é que as situações de Sara e Rebeca se comparam com a de Diná?
2. A que perigos se expôs Diná, a jovem hebréia, quando se dirigiu para a cidade de Siquém?
3. Descreva em poucas palavras, mas completamente, as conseqüências da viagem de Diná para ela própria e para os outros.
4. Por que é que Deus faz tantas exigências a respeito da virgindade? (Deuteronômio 22:13-24).
5. Qual lhe parece ser a lição mais importante desta história?
6. Como é que pode aplicar um princípio que tenha aprendido nesta história, à sua vida diária?

FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2


Sem comentários:

Enviar um comentário

VEJA TAMBÉM ESTES:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...