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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DÉBORA A PROFETISA



DÉBORA, UM LÍDER DE FÉ À FRENTE DE UM POVO

"Geralmente, o homem é responsável pela liderança. Neste caso, é uma mulher. Deus nem sempre trabalha segundo padrões fixos. Ele procura pessoas que se ponham ao dispor como instrumentos". A Autora

Juízes 4:1-10
Juízes 4:12-16
Juízes 4:23-24
(Ler também os restantes versículos de Juízes 4 e 5)

A situação de Israel era sombria e desoladora. A vida tinha-se tornado quase insuportável e insegura. Todo o comércio estava paralisado, pois as caravanas tinham deixado de percorrer o vale de Jisreel em direção ao sul ou ao leste. O cultivo da terra estava reduzido ao mínimo. Dificilmente se encontrava um lavrador que ousasse cuidar da terra, com receio de ser morto durante um ataque repentino do inimigo.
Com a paralisação do tráfego, as ruas estavam desertas. Os habitantes das aldeias montanhosas saíam um pouco mais das suas casas do que os outros, mas mesmo assim preferiam usar os caminhos estreitos.
Durante mais de vinte anos, a terra tinha permanecido ocupada, e os conquistadores tinham mantido o povo sob o seu firme controle. Os jovens só conheciam a palavra "liberdade" de a ouvirem aos pais. Para as pessoas mais velhas, estava-se a tornar cada vez mais difícil recordar o que esse termo realmente significava. A população encontrava-se desanimada, receosa e deprimida.
O rei Jabim, que vivia ao norte, na cidade de Hazor, dominava todo o Israel. O seu temível homem forte, o general Sísera, comandava um grande exército com 900 carros ferrados (Juí. 4:3). Toda o povo tinha medo dele, pois as suas forças podiam invadir e destroçar uma região, com rapidez e intenções de morte. Só o povo das montanhas estava relativamente a salvo, pois os seus carros não os podiam atingir.
A causa dessa miséria, no entanto, não estava nas forças da ocupação, mas nos próprios israelitas. Depois de 80 anos de prosperidade sob a orientação de líderes anteriores, os juízes Eúde e Sangar, o povo de Israel não tinha revelado qualquer gratidão para com Deus. Afastou-se dEle e começou a adorar ídolos.
Os resultados das suas ações eram de prever. As pessoas que pensavam que já não precisavam de Deus, tinham agora de notar o Seu afastamento (v. 2). Quando o Senhor retirou a Sua proteção, eles ficaram indefesos contra os inimigos e a paz desapareceu.
Todavia, nem todas as estradas do país se encontravam desertas. Havia uma que apresentava movimento freqüente. Na região montanhosa de Efraim, na estrada entre Betel e Ramá, viam-se cada vez mais pessoas que se dirigiam para uma palmeira que sobressaía dos arbustos ao redor. Debaixo dessa árvore, a sua líder de então – a profetisa Débora – atendia-os, julgava os problemas das pessoas e dava-lhes orientação para as suas vidas (vv. 4-5). Foi ela a única mulher juiz entre os doze que orientaram o povo no período que separou a época de Josué da de Samuel.
Débora exercia um cargo duplo no meio do seu povo. Era ao mesmo tempo a sua líder nacional e espiritual, e desempenhava os seus deveres de forma competente e com bons resultados. Como antes havia já acontecido muita vezes, na sua tumultuosa história, a tribulação levava os israelitas a buscar a Deus. Nesta situação, Débora teve o privilégio de ser o Seu instrumento. Por causa da sua fé, o que aconteceu transformou a história.
As responsabilidades de Débora eram as de um homem. Todavia, ela não tinha chegado a essa posição por se ter imposto a um homem, e não tinha assumido ilegalmente o poder. As suas responsabilidades haviam-lhe sido dadas por Deus. Tinha sido encarregada de trazer o povo de volta ao Senhor e de o livrar do poder dos seus opressores. Toda a nação a reconhecia como líder. Portanto, enquanto Débora julgava os problemas espirituais e materiais, também instruía o povo nas coisas de Deus.
O seu marido, Lapidote, assumiu um papel de menor importância. Nos eventos que se iam desenrolar, ela seria a líder principal. Entre o povo do seu tempo – tanto homens como mulheres – a sua figura parecia tão excepcional como a palmeira da sua terra, a que mais tarde foi dado o seu nome. Revelou-se notável e única.
A profetisa Débora era a mediadora entre Deus e o Seu povo, a porta-voz da Sua Palavra. Na sua posição elevada, ela comunicava compreensão profunda, sabedoria e o conhecimento de Deus, com amor, ao seu povo. Com a maravilhosa intuição de uma pessoa que habita na presença de Deus, Débora percebia que tinha chegado o tempo de sacudir o jugo da opressão.
"O coração do sábio discernirá o tempo e o modo", escreveu Salomão (Ecl. 8:5). Débora provou que esta afirmação era exata. Ela não somente discerniu o tempo da intervenção de Deus na história do Seu povo, como também compreendeu intimamente, e com clareza, o método que Ele queria usar para os livrar.
Sentiu, e com razão, que como mulher ela não era a pessoa indicada para travar esta guerra. Portanto, o comando foi entregue a Baraque, o filho de Abinoão, de Quedes. "Mobiliza 10.000 homens" (Juí. 4:6).
Débora raciocinou e fez as suas decisões baseadas na sua vida de constante comunhão com Deus. A sua liderança tinha forma e conteúdo. Ela desempenhava as suas tarefas com brilho e inteligência, e com perseverança sacrificial.
Durante anos, trabalhou como mensageira de Deus pela liberdade, e orou por ela. Mas agora que tinha chegado o tempo de agir, seria outra pessoa a desempenhar o papel principal. Com sabedoria e tato, Débora encontrou a maneira correta de apresentar o problema a Baraque.
Compreendeu que toda a autoridade humana era, de fato, autoridade delegada. O único que realmente possuía autoridade autêntica e definitiva era Deus. Por isso, embora ela fosse a primeira entre o seu povo, não se colocou acima de Baraque. Em vez disso, pôs-se num lugar secundário e, juntamente com ele, submeteu-se à liderança de Deus. Como andava com Deus, perdeu o desejo de desfrutar toda a glória. As outras pessoas tornaram-se mais importantes para ela. Exercia a sua liderança, inspirando os outros.
Débora derivou a sua motivação do Deus de Israel. Nunca, nem por um só momento, duvidou de que o Todo-Poderoso – que tinha salvo o Seu povo de problemas no passado – iria ajudá-los de novo.
A sua ordem a Baraque era ao mesmo tempo um estímulo. "Não temas por causa do seu número", disse ela cheia de confiança. "Olhando para ele do ponto de vista de Deus, o nosso inimigo já está derrotado. Os carros e os exércitos do rei Jabim não são nada aos olhos de Deus. A única coisa que Ele espera de ti é fé" (vv. 6-7). Com algumas frases, ela pôs a situação na sua perspectiva correta.
A liderança prudente e espiritual de Débora teve um efeito libertador sobre Baraque. Impediu-o de se mostrar mais forte do que realmente era. Ele ousou aceitar o desafio, mas não sem ela. Tinha a certeza de que Deus só estaria com os seus exércitos se Débora o acompanhasse. Reconhecia-a como superior a ele em fé e coragem. Todavia, por causa destas experiências, Baraque transformou-se num homem que é mencionado entre os heróis da fé em Hebreus 11 (Heb. 11:32-33). Ele revelou-se um líder forte na guerra que se seguiu.
Embora a atitude de Débora tivesse ajudado Baraque a tornar-se um herói para Deus, nenhum deles permitiu pensamentos de rancor ou competição entre os dois. Funcionaram simplesmente como instrumentos no plano de Deus. Como duas pessoas- uma mulher e um homem – levaram a cabo as ordens de Deus. Cada um se ajustou voluntariamente ao outro para o bem-estar da nação inteira. Sabiam também que parte do plano de Deus incluía o seu livramento através de uma mulher, Jael, a esposa de Héber (Juí. 4:9).
Débora e Baraque agiram como uma unidade. Ajudaram-se e completaram-se mutuamente. Deslocaram-se juntos de Efraim para Quedes, que não ficava longe do lugar onde Jabim vivia. Aí, Baraque recrutou os seus soldados. Seguindo à frente do exército recém-formado, Baraque e Débora subiram juntos a encosta do monte Tabor e olharam para baixo através da planície de Jisreel para o inimigo acampado no sopé da montanha.
Ao longo da sua constante cooperação com Baraque, Débora continuou a ser a líder e a pessoa responsável por todas as decisões. Quando chegou o dia do combate, Deus revelou através dela a sua vontade. "Levanta-te", disse ela a Baraque, "porque este é o dia em que o Senhor tem dado a Sísera na tua mão" (v. 14). De novo acompanhou esta ordem com uma palavra de estímulo. "Porventura o Senhor não saiu diante de ti? Não tenhas medo de Sísera. Não se trata de uma luta entre ti e ele, mas entre ele e Deus. O resultado da batalha já está decidido antes do seu início. A vitória é de Deus. Ele luta ao nosso lado" (v. 14).
Débora observou então como Baraque, com a sua força de l0.000 homens que o seguiam, se precipitou pelo íngreme flanco do monte Tabor. Junto ao ribeiro de Quisom, ele enfrentou o exército dr Sísera acampado por detrás dos horríveis carros ferrados. O adversário esperava uma vitória fácil. Não era o seu inimigo irrisoriamente fraco e insignificante?
Teria alguém olhado para o céu enquanto os dois exércitos se aproximavam? Nuvens cinzentas de trovoada agrupavam-se, rugindo em sinal de mau presságio. O mau tempo aproximava-se.
A tempestade rebentou com toda a sua força, exatamente no momento em que os israelitas alcançaram a planície.
Chuva torrencial e saraiva fustigou os rostos dos soldados inimigos (Flávio Josefo, Antiquities of the Jews, Vol. V, cap. 5). Em breve o ribeiro de Quisom inundou as margens e tornou-se uma torrente impetuosa. Águas tumultuosas agitavam o chão que os soldados pisavam, transformando-o numa massa lamacenta. Os carros do adversário enterraram-se, provocando a derrota em vez da vitória. O inimigo derrotado foi incapaz de fugir rapidamente, por causa dos carros enterrados na lama.
Baraque e os seus homens reconheceram a mão de Deus no que estava a acontecer. Perseguiram o adversário ainda com mais coragem e mataram todos os soldados (v. 16). Sísera, vendo que tudo estava perdido, tentou escapar e fugiu em busca de refúgio. Mas nem mesmo ele escapou. Caiu, como Débora havia predito, pela mão de Jael (vv. 18-21).
A ocupação terminara. Israel era de novo livre. A opressão desaparecera. Finalmente podia viver-se outra vez uma vida normal. Mais uma vez a existência ganhava cor e significado. O povo tinha novos alvos; o seu futuro apresentava-se brilhante.
É um fato que é difícil para qualquer homem agüentar-se na adversidade. No entanto, o caráter de uma pessoa talvez seja ainda mais provado quando se lhe pede que exerça o poder.
Desde a criação, Deus decretou que a mulher e o homem – unidos pelo casamento – deviam executar a Sua comissão na terra. Ela foi criada como companheira do homem, igual e, ao mesmo tempo, diferente. Portanto, a mulher é própria para ele e capaz de o completar.
Esta relação entre o homem e a mulher pode atingir uma realização total dentro do casamento. Mas também pode verificar-se em outros lugares. A vida em sociedade sempre decorre melhor quando o homem e a mulher desempenham em harmonia as tarefas dadas por Deus. Débora e Baraque demonstraram esse princípio.
Geralmente, o homem tem sido responsável pela liderança. Todavia, nesta passagem o líder foi uma mulher. Deus nem sempre trabalha de acordo com um padrão fixo. Ele procura pessoas que estejam dispostas a ser usadas como instrumentos, seja qual for a maneira que Ele escolha. Débora não exerceu o seu poder indevidamente. Viveu simplesmente para o cumprimento das suas responsabilidades. Era uma mulher fascinante e dotada, que executou de modo competente todas as suas variadas tarefas. Sendo uma figura de tremenda força espiritual, ela instruía o povo nas leis de Deus. Ao mesmo tempo, agia em redor e traçava sábias diretrizes para uma operação militar. Sabia tão bem usar a espada como a pena.
Contudo, a maior força de Débora não estava nas suas capacidades humanas, independentemente de quão notáveis e variadas elas fossem. Ela sabia que a força e o poder que possuía lhe haviam sido concedidos por Deus. Em tudo o que fazia, a sua esperança estava nEle. Pessoas assim, descritas em Isaías (Isa. 40:31), continuam a receber novo vigor, à medida que vão fazendo novos esforços.
O cântico de vitória de Débora, que pertence a alguns dos mais antigos e mais belos poemas hebreus, mostrou que a sua força estava em Deus. A felicidade dela não estava, primeiramente e acima de tudo, na satisfação de uma tarefa bem executada. A sua alegria mais profunda vinha de Deus.
"Ouvi, Reis; dai ouvidos, príncipes; eu, eu cantarei ao Senhor; salmodiarei ao Senhor Deus de Israel", assim começava o cântico de Débora e Baraque Juí. 5:1-3). E terminava com as seguintes palavras: "Porém os que amam ao Senhor sejam como o sol quando sai na sua força" (v. 31).
A vida de Débora foi forte e impressionante. Para descrever uma vida assim, eis como Salomão se expressou: "A vereda do justo é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Prov. 4:18).
Embora Deus tivesse o primeiro lugar no cântico épico de Débora, ela reservou também espaço para outras pessoas. Todos os que tiveram uma parte na vitória- Baraque, os líderes do povo, Jael – foram cuidadosamente mencionados.
Débora não exigiu honra para si própria. Com moderação afirmou o fato de que não havia líderes em Israel antes do seu aparecimento. Como é que ela se descreveu a si própria? Considerou-se simplesmente uma mãe em Israel. Do mesmo modo que as atenções duma mãe estão voltadas para o bem-estar dos seus filhos, os anseios profundos do coração de Débora se dirigiam para o bem-estar do seu povo.
Débora é uma das mulheres mais eminentes na história bíblica por causa da sua liderança, do seu caráter e da sua bela poesia. Certamente, a sua vida foi fascinante. Contudo, as suas prioridades não assentavam nas suas realizações. O segredo evidente da sua vida era Deus. Mais do que qualquer outra coisa, ela mostrou o que uma mulher pode fazer quando Deus assume o pleno controle da sua vida. As possibilidades são muito variadas para o líder de uma nação que quer ser inspirado pela fé em Deus.

Débora, uma líder de fé à frente de um povo
(Juízes 4:1-10, 12-16, 23-24)

Perguntas:
1. Estude cuidadosamente a vida de Débora. Quais são as suas características positivas?
2. Encontra nela também características negativas? Se sim, quais são elas ?
3. O que é que o cântico de vitória de Débora revela quanto à sua visão de Deus? (Juízes 5).
4. Que ênfase dá ela no seu cântico às outras pessoas ? E a si própria?
5. Escreva o que possa encontrar quanto à sua cooperação com Baraque. O que é que mais o impressiona a respeito da sua relação?
6. Faça uma lista de quaisquer princípios práticos que tenha aprendido nesta história. Como é que os vai aplicar?

FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2

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