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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DALILA E SANSÃO




DALILA, UMA MULHER QUE ARRUINOU DELIBERADAMENTE UM LÍDER ESPIRITUAL

"Achei coisa mais amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e laços e cujas mãos são grilhões; quem for bom diante de Deus fugirá dela, mas o pecador virá a ser seu prisioneiro." Ecl. 7:26 

Juízes 16:4-30

Dalila era uma filistéia que pertencia a uma cultura que adorava ídolos. Mostra também que não levava a sério a moralidade. Tendo pouco respeito pelo seu corpo, pôs naturalmente de lado a sua honra, como uma prostituta.
A Bíblia não se refere a estes fatos de um modo tão claro como no caso de Raabe (Juí 2:1), mas o contexto permite tirar estas conclusões.
Dalila é recordada como uma mulher que arruinou um líder espiritual. Como qualquer mulher, ela havia sido criada por Deus para ser companheira do homem, sua colaboradora. Contudo, deliberadamente, ela se degradou para se colocar em oposição a ele e o desgraçar. O que é que a teria motivado para prejudicar Sansão, o homem com quem vivia, de um modo tão irreparável?
Sansão era um homem extraordinário, um servo de Deus.
Chamavam-lhe nazireu, pois havia sido dedicado a Deus antes do seu nascimento (Juí. 13:2-5, 24-25). Os seus longos cabelos eram uma demonstração desta entrega, e durante vinte anos ele dirigiu e julgou os israelitas (Juí. 16:31).
O nome de Sansão, que significava "«pequeno sol", mostrava quão felizes se sentiram os pais quando ele nasceu. Como aconteceu no caso de Jesus, muitos séculos mais tarde (Lc. 1:26-38), o seu nascimento foi anunciado por um anjo. Resultou também de um milagre, uma vez que a sua mãe ao princípio não podia ter filhos. Depois do nascimento, Sansão foi-se desenvolvendo com a bênção de Deus, até se tornar um líder – o homem mais forte de Judá – que possuía uma força física invulgar Juí. 14:5-6; 15:13-16). Desse modo, ele estava muito acima dos inimigos, que tinham razão em considerá-lo invencível. Não era verdade que Deus tinha dito que Sansão começaria a livrar Israel da mão dos filisteus?
Apesar da sua força física, Sansão era moralmente fraco. O homem que facilmente rasgava ao meio um leão, só com as mãos, não revelava qualquer domínio sobre as suas paixões sexuais. Tinha deixado sem freio a sua conduta em relação ao sexo oposto, atitude que é perigosa para qualquer homem e por vezes fatal para um líder espiritual.
Várias mulheres antes de Dalila tinham já exercido uma influência nefasta sobre a sua vida. Desta vez ele caiu-lhe nas mãos e deixou-se envolver. Não casou com ela. Não a levou como esposa para a sua própria casa. Em vez disso, tornou-se seu amante e vivia com ela.
Os príncipes dos filisteus, representando provavelmente cada um deles uma grande cidade, ouviram falar das relações de Sansão com Dalila. Por isso, atraíram Dalila para uma conspiração cujo objetivo era destruí-lo. Afinal de contas, era mesmo um imperativo nacional matar Sansão. Onde tinha falhado a força militar, tinha de triunfar agora a astúcia.
Os príncipes visitaram pessoalmente Dalila e disseram-lhe: "Tenta descobrir o que é que torna Sansão tão forte. Fala com ele até saberes isso. Então poderemos vencê-lo e dominá-lo" (Juí. 16:5).
Seria o amor de Dalila ao dinheiro que a levou a aceitar a proposta? Cada um dos homens prometeu-lhe 1.100 peças de prata. Uma vez que cada peça pesava mais de 16 gramas, o peso total da prata que lhe foi prometida seria uma soma inconcebível.

O amor ao dinheiro é um grande perigo. Moisés afirmou que uma pessoa que aceita suborno fica cega (Êx. 23:8), e Paulo disse que "o amor do dinheiro é raiz de todos os males" (1 Tim. 6:10). Os que procuram dinheiro, só pelo dinheiro, são traspassados por muitas dores. 

Ou seriam as ações de Dalila provocadas pela sua má vontade contra os israelitas? O futuro de Sansão como líder de um povo que se tinha revelado sempre mais forte do que realmente era, por causa da ajuda de Deus, estava agora nas mãos dela. O Deus de Israel não era o seu deus, porque ela e o seu povo adoravam o ídolo Dagom.
O pedido dos príncipes filisteus deve ter apelado também ao seu orgulho. Num país e numa época da história em que a posição da mulher ficava atrás da do homem, os líderes importantes da sua nação bateram à sua porta pedindo ajuda.
Depois de ter aceita a sua proposta, Dalila procurou descobrir o segredo da força de Sansão. Começou a sua farsa com todos os meios de que podia dispor como mulher. O primeiro passo foi o uso da lisonja. "Por favor, diz-me o que te faz tão forte", suplicou ela. «Haveria alguém capaz de alguma vez te capturar?" (Juí. 16:6)
Cego pela sua paixão por Dalila, Sansão cometeu a imprudência de lhe responder. Evidentemente, ele não deu a devida importância ao perigo que corria. Se vivesse em íntima comunhão com Deus, teria ficado alarmado e tê-la-ia deixado imediatamente.
Através do descaramento de Dalila, os líderes dos filisteus presenciaram, de uma sala anexa, o seu jogo humilhante com Sansão. Prestaram toda a atenção enquanto ela o atava com sete vergas de vime. Mas quando exclamou: "Os filisteus vêm sobre ti, Sansão", ele rebentou as vergas como se fossem fios de algodão (v. 9). Os príncipes, verificando que o plano tinha falhado, permaneceram onde estavam.
Dalila insistiu então no ponto da honestidade de Sansão. "Estás a zombar de mim", disse ela contrariada. "Mentiste-me" (v. 10). Sansão mais uma vez lhe deu ouvidos e brincou com a delicada situação. Mas de novo as cordas com que ela o havia maniatado se rebentaram como fios duma teia, logo que ele usou os músculos.
O fato de viver com um homem que mostrava estar realmente interessado nela, não modificou os pensamentos de Dalila, nem amoleceu o seu caráter. Pelo contrário, tudo o que possuía – a sua sedução e o seu cérebro – foram propositada e insistentemente aplicados no sentido da destruição de Sansão. Uma vez mais ela continuou na sua tentativa de apanhar Sansão, desta vez tecendo o seu cabelo no tear. Todavia, os resultados foram ainda nulos. Não obstante os príncipes dos filisteus terem perdido a paciência e voltado às suas cidades, Dalila foi suficientemente perseverante para tentar mais um plano de ataque.
Nesta ocasião, ela desempenhou o papel de uma mulher cujos sentimentos de amor haviam sido feridos. "Dizes que me amas", lamentou-se ela, "mas não confias em mim. Enganaste-me estas três vezes e ainda não me disseste o que te faz tão forte" (v. 10).
Dalila baseou o seu novo ataque na reação do seu amante apaixonado ao ver o seu amor posto em dúvida. Como mulher, ela possuía uma arma contra a qual poucos homens poderiam resistir. Foi essa que pôs então em ação. Queixava-se diariamente, importunando-o sem cessar. Passava o tempo a acusá-lo dos seus estratagemas.
Ela sabia como usar esta arma final, com determinação e êxito. Pouco a pouco foi quebrando a resistência de Sansão, que se tornou como cera nos seus braços. Por fim, totalmente frustrado, ele não pôde agüentar por mais tempo. Só já estava preocupado com uma coisa. "Não suporto mais esta chaga. Quero ter paz!" (v. 16)
Contou-lhe então toda a verdade. "O meu poder está relacionado com o meu cabelo que nunca foi cortado", confessou ele. "Mesmo antes do meu nascimento, fui dedicado a Deus. A minha força deriva desta entrega. O meu cabelo é um símbolo disso. Se mo cortares eu já não serei diferente de qualquer outro homem" (v. 17).
Sentindo que desta vez Sansão estava a dizer a verdade, sem lhe esconder absolutamente nada, ela mandou imediatamente uma mensagem aos príncipes dos filisteus. "Tendes de vir cá mais uma vez", disse ela. "Ele já me contou tudo" (v. 18). Nem lhe passou pela mente a idéia de que estava a trair o seu amante.
Os homens vieram logo com o dinheiro. Tornaram a esconder-se. Dalila fez então o que Sansão lhe tinha dito para fazer. Chamou alguém para lhe cortar as sete tranças enquanto ele dormia nos seus joelhos. Mesmo enquanto o cabelo de Sansão estava a ser cortado, Dalila já tinha a certeza de ter vencido. Quando as tranças caíram no chão, a força de Sansão abandonou-o.
Quando Dalila gritou: "Sansão, os filisteus vêm prender-te" (v. 20) ele não se apercebeu imediatamente da sua derrota. Como das outras vezes, tentou libertar-se, mas os seus esforços foram em vão. Depois do corte do cabelo, o Senhor deixara-o. Ele perdeu a força extraordinária que possuía e a presença de Deus – por causa dos seus erros.
Os resultados foram terríveis. Os filisteus capturaram Sansão. Não o mataram, mas arrancaram-lhe os olhos. Daí em diante, ele viveu uma vida de mutilado; órbitas vazias nada podiam ver senão escuridão.
Como prêmio do seu triunfo, e vergonha de Sansão, os líderes mandaram-no para a cidade de Gaza. Como se não bastasse a humilhação da sua cegueira e prisão, foi posto a moer grão como um escravo vulgar.
Dalila tinha consumado o seu trabalho. Sansão, um servo de Deus e líder em Israel, perdera o seu brilho. Dificilmente se poderia conceber uma degradação mais profunda para este gigante.
O povo partilhou do seu sofrimento. Quando terminou a liderança de Sansão, os israelitas entraram num período de derrotas, anarquia e declínio espiritual. A sua queda atingiu-os também a eles.
Sansão tinha negado o seu Deus, os seus ideais e o seu povo. Havia-se tornado traidor de si mesmo e da causa que devia defender. Naturalmente, ele só poderia acusar-se a si mesmo por estes atos. Mas isso não tornava Dalila menos culpada. Como qualquer outra pessoa, Dalila era diretamente responsável diante de Deus pelas suas ações. Ela continuava a ter de responder pela sua parte na desgraça que desabou sobre Sansão e os outros.
A única razão que se podia mencionar em defesa de Dalila é que ela não conhecia a Deus. Por meio de Paulo Deus diz que os pagãos que não possuem as Suas leis, contudo as têm nos corações, e serão julgados de acordo com este fato (Rom. 2:13-15). Dalila não possuía as Suas Leis Todavia, mesmo como mulher pagã, ela tinha pouca desculpa.
Cerca de dois séculos mais tarde, Salomão caracterizou a relação entre Dalila e Sansão: "E eu achei uma coisa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são ataduras; quem for bom diante de Deus, escapará dela, mas o pecador virá a ser preso por ela" (Ecl. 7:26).
O retrato de Dalila parece-se com a mulher ímpia contra a qual Salomão adverte os homens em Provérbios. "Porque os lábios da mulher estranha destilam favos de mel", escreve ele, "e o seu paladar é mais macio do que o azeite; mas o seu fim é amargoso como o absinto... Os seus pés descem à morte" (Prov. 5:3-4).
Os pés de Dalila levaram, de fato, literalmente à morte. Esta, que espreitava Sansão e milhares de outros israelitas, iria revelar-se num futuro próximo.
Os líderes da cidade não cabiam em si de contentes. Para celebrar a prisão de Sansão, organizaram uma grande festa e dedicaram-na ao seu deus Dagom. Quando o festival já estava a decorrer, as pessoas começaram a ficar excitadas e chamaram por Sansão. Queriam divertir-se e humilhá-lo. Desejavam exaltar Dagom acima do Deus de Israel. Será que, quando Sansão finalmente chegou, ninguém reparou que o seu cabelo já tinha crescido? Será que ninguém se tinha demorado a observar o homem que, evidentemente, era superior?
O amplo edifício em que se realizava a festa estava superlotado de homens e mulheres e, sem dúvida, de príncipes dos filisteus. Provavelmente, encontrava-se lá a própria Dalila, pois como é que eles poderiam celebrar uma festa tão grande sem a heroína? Só no terraço do edifício havia cerca de 3.000 pessoas.
Será que ninguém, de entre a multidão, se lembrou do Deus de Israel e de Sansão? Será que não havia o menor temor de que Ele Se vingasse do insulto que Lhe tinha sido feito a Ele, ao Seu servo e ao Seu povo?
Quando os filisteus forçaram Sansão a ficar de pé entre as duas colunas que sustentavam o teto, de modo a poderem zombar dele, Sansão recordou-se da sua missão inicial. Não fora ele indicado para redimir o seu povo dos inimigos? "Ó Senhor Jeová", orou ele, "lembra-te novamente de mim. Por favor, fortalece-me uma vez mais, a fim de que eu possa vingar-me dos filisteus pela perda dos meus olhos" (Juí. 16:28). Ao mesmo tempo, ele empurrou as colunas com toda a força e elas desmoronaram-se. Todo o edifício que se apoiava nelas ruiu, matando Sansão e milhares de filisteus.
A catástrofe que Dalila desencadeara e pela qual, provavelmente, perdeu a sua vida, teve sem dúvida um alcance muito maior do que ela teria previsto ou desejado. O que tinha começado por um ato imoral, como na história de Diná (Gên. 34:1-20), terminou com a morte de muitas pessoas. O resultado dos seus atos foi pior do que o início.
"Uma prostituta é uma cova profunda" (Prov. 23:27), escreveu Salomão. "Todos os que se dirigem a ela não voltarão, e não atinarão com as veredas da vida" (Prov. 2:19). Ter comunhão com uma prostituta é como transportar fogo no seu próprio seio (Prov. 6:27). Será que alguém pode fazer isso sem se queimar?
No seu livro The Unique World of the Women (O Mundo Singular das Mulheres), a autora Eugénia Price escreve que as mulheres cristãs dos nossos dias sentem-se certamente muito longe da traiçoeira e perversa Dalila. Na sua opinião, elas estão convencidas de que nada têm em comum com essa mulher. Eugénia Price aconselha então as mulheres a não cometerem um grave erro. "Podemos não ser prostitutas, ou mesmo abertamente coniventes e ardilosas como foi Dalila, mas muitas de nós somos realmente desleais... De fato, creio que todas nós revelamos tendência para enganar" (p. 63).
Séculos depois da morte de Sansão e de Dalila, Paulo deu outra admoestação aos cristãos de Corinto que se aplica também à nossa perspectiva em relação à vida de Dalila. "E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más como eles cobiçaram" (1 Cor. 10:6). Fazemos bem em ter em conta estes avisos.

Dalila, uma mulher que arruinou deliberadamente um líder espiritual (Juízes 16:4-30)

Perguntas:
1. Considere a vida de Dalila à luz de Provérbios 5:1-11. Quais são os aspectos negativos mencionados aí que se lhe aplicam?
2. Vê características boas ou más em Dalila que não estejam mencionadas em Provérbios 5:1-11 ? Se sim, indique-as.
3. Escreva todas as conseqüências dos atos de Dalila. Qual é a que sobressai ?
4. Descreva agora a vida de Dalila como a vê.
5. Que lições ou advertências valiosas pode tirar da sua vida?
6. Como é que pode aplicar na sua vida aquilo que aprendeu ?


FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2

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