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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

BATE-SEBA MULHER DE URIAS




BATE-SEBA, UMA MULHER QUE NÃO IMPEDIU UM HOMEM TEMENTE A DEUS DE OFENDER O SENHOR

"Portanto, de agora em diante, o assassínio será uma constante ameaça sobre a tua casa, porque me ofendeste tomando a mulher de Urias." 2 Sam. 12:10

II Samuel 11:1-17, 26, 27

O futuro glorioso que Abigail tinha anunciado a Davi já era uma realidade há muito tempo. Depois de ter reinado sobre Judá durante sete anos e meio, Davi tornou-se chefe de toda a nação de Israel. No período do seu reinado defrontou-se com um bom número de tempestades que o afetaram a ele e às suas mulheres (1 Sam. 30:1-6). Todavia, a despeito dessas dificuldades, havia um fato que não mudara. Ele continuava a ser fiel a Deus. Era um rei justo, tratando bem cada um dos seus súbditos. Muitas vezes o Senhor confirmou que estava com Davi. O nome do Deus de Israel tornou-se muito respeitado entre as nações ao redor de Israel.
Foi então que ele deu um passeio nessa tarde fatídica da primavera. A estação das chuvas, que havia interrompido a guerra contra os amonitas, já tinha acabado e o general Joabe e o seu exército voltaram a pelejar (2 Sam. 11:1). Contudo, o rei Davi não acompanhou as suas tropas como costumava fazer. Ficou em casa. A ociosidade não o favoreceu. Uma noite, quando não conseguia dormir, saiu da cama e pôs-se a passear no exterior. Aí, do terraço do seu palácio, viu uma mulher chamada Bate-Seba que estava a tomar banho no terraço da sua casa.
Inativo, e negligenciando os seus deveres como rei de Israel, Davi tornou-se presa fácil das tentações de Satanás. Ele nunca tinha feito, como Jó, um pacto com os seus olhos para não atentar com desejo em qualquer outra mulher (Jó 31:1). Nunca havia tomado uma atitude deliberada contra o pecado vergonhoso da luxúria, que se transforma num fogo destruidor na vida do homem que o comete.

Pedro exortou os cristãos a estarem vigilantes contra Satanás, que, tal como o leão, procura encontrar uma presa humana (1 Pe. 5:8). Contudo, a armadura de Deus é forte e permanecerá firme contra os ataques de Satanás (Efés. 6:11).

Tal como aconteceu naquele dia fatídico no paraíso – Satanás não foi muito original – a tentação usou de novo os olhos. Como no caso de Eva (Gên. 3:6), o coração de Davi desejou o que os olhos viram. Ele não renunciou imediata e radicalmente ao desejo, e assim o mal não pôde ser refreado por mais tempo.
Bate-Seba era uma mulher sumamente bela. O seu pai, Eliã, foi um dos heróis de Davi. O marido, Urias, era um oficial dedicado e corajoso do exército do rei, que realizava o seu trabalho criteriosa e conscientemente.
Será que Bate-Seba era uma mulher frívola, que tentava astuciosamente atrair a atenção de outro homem agora que o marido estava longe de casa? Estaria ela a tentar propositadamente apanhar na sua rede o rei – que era sensível à beleza feminina? Será que procurava de algum modo afastar a sua solidão? Ter-se-ia tornado demasiado forte o seu desejo de relações com outro homem? Ou tratava-se apenas de uma mulher sem idéias preconcebidas, mas descuidada? Teria ela descurado deliberadamente as precauções necessárias para se proteger de interesses impróprios?
Não há razão para não dar a Bate-Seba o benefício da dúvida. Talvez a situação fosse tal que ela tivesse razão em não esperar ser vista. Não há qualquer evidência de que ela tivesse visto antes qualquer homem naquela seção do terraço do rei. Não era Davi um homem de guerra que passava muito do seu tempo fora de casa? A Bíblia não diz se ela aguardava o convite do rei, ou se ele a apanhou completamente de surpresa. É certo que os monarcas orientais estavam habituados a agir desse modo, mas este tipo de comportamento era indigno de Davi, o homem segundo o coração de Deus.
Quando os enviados do rei a chamaram, Bate-Seba foi, naturalmente. Como qualquer súbdito, tinha de obedecer. Não podemos saber se a sua rendição sexual ao rei teve lugar voluntariamente ou com protestos da sua parte. Todavia, permanece a verdade de que ela não foi a instigadora responsável pelos dramáticos acontecimentos que se iam desenrolar. No entanto, a história lança-nos luz sobre o caráter de Bate-Seba, que estava longe de ser inocente.
A sua situação podia comparar-se à de José, que disse corajosamente: "Como é que eu poderia cometer tal mal e pecar contra Deus?" (Gên. 39:9) A ela faltou-lhe o amor, a coragem e o auto-domínio que Deus está pronto a dar à pessoa (2 Tim. 1:7), e de que José foi um exemplo. A preocupação com que Abigail se tinha aproximado anteriormente de Davi quando ele estava a ponto de se esquecer de si mesmo e matar pessoas inocentes (1 Sam. 25:23-31), não existia, infelizmente, em Bate-Seba. A falta dessa percepção divina nesta mulher – igual ao seu pecado do adultério – foi a causa dos seus pecados.
"Davi fez o que era reto aos olhos do Senhor, e não se desviou de tudo o que lhe ordenara em todos os dias da sua vida, senão só no negócio de Urias, o heteu" (1 Rs. 15:54).
Bate-Seba não impediu o homem segundo o coração de Deus de lançar para sempre uma nódoa sobre o seu próprio nome, nem impediu Davi de dar azo aos inimigos de Israel para escarnecerem do nome de Deus (2 Sam. 12:14). Davi ofendeu a Deus, mil anos antes de Cristo. Dois mil anos depois de Cristo, os holofotes de Hollywood ainda continuam a revelar, sem piedade, o pecado de Davi e Bate-Seba.
A Bíblia não encobre nada. Remove todas as dúvidas quanto a Davi ser ou não o pai da criança que Bate-Seba teve. Todos os fatos vieram gradualmente à luz e com eles apareceu o terrível pecado. O que começou com a negligência, por parte de Davi, dos seus deveres para com o exército, transformou-se pela enganosa luxúria – mesmo depois de lhe terem dito que Bate-Seba era casada – em assassínio. Estes atos evoluíram precisamente de acordo com o modelo acerca do qual Tiago advertia mais tarde (Tg. 1:14-15). O desejo sensual de Davi seduziu-o e atraiu-o e, porque ele cedeu, resultou em morte. Cinco pessoas pelo menos sofreram literalmente a morte.
A consciência de Davi mostrou-se tão entorpecida, que ele nem reconheceu a extensão dos seus atos até ao momento em que o profeta Natã e confrontou com eles (2 Sam. 12:1-9). Mas nessa altura já haviam passado mais de nove meses. O homem que tinha mantido uma comunhão com Deus tão intensa que dizia: "Oh, Deus, Meu Deus! Quanto Te busco! Quanto sedento me sinto de ti nesta terra ressequida e cansada onde não há água. Quanto anseio por ti!" (Sal. 63:1), manteve-se silencioso durante todo aqueles meses diante de Deus. E como a sua percepção de Deus estava obscurecida, também a visão que tinha de si mesmo não era lúcida.
Quando Natã colocou o pecado de Davi perante ele, sem mencionar quaisquer nomes, o rei pronunciou a sentença de morte para o culpado, sem a menor hesitação.
É lamentável que Bate-Seba, a pessoa que poderia ter levado Davi a parar a tempo, não tenha agido assim. Muitas vezes, no passado, Davi tinha-se mostrado aberto ao conselho de outras pessoas, quer ele viesse de uma mulher como Abigail, ou de outros dos seus súbditos (2 Sam. 18:3-4). Uma palavra de Bate-Seba teria sido provavelmente suficiente para evitar a tragédia. O que Abigail tinha evitado, aconteceu agora com esta mulher. Davi ofendeu o seu Deus.
Este pecado deu origem a uma reação em cadeia de morte e tristeza, pois "esta coisa que Davi fez desagradou ao Senhor" (2 Sam. 11:27). Embora, de acordo com a lei de Moisés, ambos merecessem a morte (Lev. 20:10), Deus foi misericordioso com eles. Permaneceriam vivos após Davi ter confessado o seu pecado, mas o seu filho morreria.
Houve uma dupla maldição sobre a vida de Davi. Uma vez que tinha desonrado a Deus apoderando-se da mulher de Urias, a espada jamais se apartaria da sua casa (2 Sam. 12:10). Ele seria também castigado pelo seu adultério; outro homem iria desonrar publicamente as suas mulheres.
Estas predições foram literalmente cumpridas. O bebê de Davi e Bate-Seba morreu logo (v. 19). Urias tinha sido morto. Três dos filhos de Davi – Amom (2 Sam. 13:28-30), Absalão (2 Sam. 18:14) e Adonias (1 Rs. 2:24-25) – sofreram morte violenta. As concubinas de Davi foram desonradas por um dos seus filhos perante todo o Israel (2 Sam. 16:22).
A Bíblia não descreve apenas os atos dos homens; proclama também a grandeza de Deus e a Sua graça infinita. Depois de Davi ter reconhecido e confessado que, acima de tudo, havia pecado contra Deus, sentiu-se liberto do fardo do pecado. Tornou-se feliz por ter recuperado a comunhão com o Senhor, e expressou o novo significado da vida num comovente Salmo de contrição (Salmo 51). A sua vida ganhou uma nova dimensão que se nota nas linhas jubilosas com que inicia um outro Salmo: "Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada!" – exclamou ele. "Que alegria quando os pecados são cobertos! Que alívio para aqueles que confessaram os seus pecados e aos quais Deus já não considera culpados" (Sal. 32:1-2). Davi não se desculpou; não minimizou o que tinha feito.
Embora a Bíblia não faça qualquer menção dos sentimentos de Bate-Seba, parece aceitável admitir que ela partilhou do senso de culpa de Davi e da sua aceitação do perdão de Deus. Não é verdade que o próximo filho que Deus deu a Davi e Bate-Seba foi Salomão, que em devido tempo seria um rei conhecido pela sua sabedoria e riquezas? O profeta Natã, a quem Deus havia escolhido para anunciar o Seu juízo, chamou ao bebê Jedidias, que significava "o amado de Jeová"  (2 Sam. 12:24-25).
Deus foi misericordioso para Bate-Seba, que mais tarde agiu como intermediária, por meio da qual o seu filho Salomão se tornou herdeiro do trono. A mulher que começou com um papel negativo na história tornou-se, pela graça de Deus, a esposa do maior rei de Israel. Foi também a mãe do mais sábio e mais rico governador, Salomão (1 Rs. 1:11-31), e aparece entre os ascendentes do Salvador do mundo, Jesus Cristo (Mat. 1:6).
A história de Davi e Bate-Seba tornou-se um monumento que fala da fidelidade de Deus. Ergue-se como um estímulo para todo o ser humano que, como Davi e Bate-Seba, tem confessado o seu pecado e aprendido a viver pela graça. Contudo, a história de Bate-Seba permanece acima de tudo como um exemplo funesto e negativo. Não se tratava de uma jovem inexperiente. Era uma mulher casada que sabia bem quão facilmente se podia despertar o desejo de um homem. Não era também uma pagã ignorante das leis do Deus santo. Descendia de uma família que sempre honrara o Seu nome.
Bate-Seba não vivia num ambiente imoral. Urias, seu marido, tinha mantido elevados princípios morais. Vivendo uma vida disciplinada, tinha subjugado os seus desejos sexuais de modo a poder expandir a sua energia no sentido de princípios mais elevados – a lealdade ao rei. E, sem dúvida, Bate-Seba sabia que o homem que a tinha desejado era o rei do seu povo, bem conhecido pela sua vida justa e piedosa.
Bate-Seba mostra claramente que uma mulher precisa manter uma perspectiva clara da santidade de Deus. Tem que pensar de antemão nos resultados desastrosos do pecado e recusar pôr um homem em estado de tentação. De outro modo, poderá tornar-se facilmente uma maldição, em vez de uma bênção.

Bate-Seba sabia o que estava certo, mas não o fez. Foi esse o seu maior pecado (Tg. 4:17).

Bate-Seba, uma mulher que não impediu um homem temente a Deus de ofender o Senhor
(II Samuel 11:1-17, 26-27)


Perguntas:
1. O que é que a Bíblia diz de positivo acerca de Davi? (Atos 13:22; II Samuel 5:10). E de negativo? (I Reis 15:5; II Samuel 12:10)
2. Acredita que Davi foi a única pessoa em falta? Por quê, ou por que não?
3. Poderia Bate-Seba ter feito alguma coisa para evitar que Davi ofendesse a Deus? Se sim, como?
4. Enumere os resultados do pecado de Davi e Bate-Seba. (Ler também II Samuel 12:1-14)
5. Estude a história de Davi e Bate-Seba à luz de Tiago 1:14-15. Como é que começou o seu pecado?
6. Qual é a maior advertência que tira desta história? Como é que pode aplicar à sua vida o que aprendeu?

 FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER 2

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