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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

APOSTASIA - UM TRABALHO MISSIONÁRIO DIFERENTE, PORÉM INDISPENSÁVEL.



Ao iniciar esta série de temas, disse que a apostasia não é um assunto doutrinário, mas um problema social e afetivo.

Como a pessoa que entra na igreja necessita conseguir nos primeiros 6 meses, 6 amigos que substituam aos amigos e familiares que a abandonou por causa da sua nova fé. Agora trataremos de algumas coisas simples mas efetivas para que se obtenha êxito em atender a essas necessidades indispensáveis das pessoas que chegam na igreja.

As amizades não se fazem casualmente e de forma espontânea, precisam de condições para que aconteçam de forma normal.

Em primeiro lugar, as amizades são escolhidas, não podem ser impostas, para se escolher tem que ter opções e para se ter essas opções, é necessário conhecer as pessoas. Quanto mais pessoas se conhecem, maiores são as opções e as possibilidades para encontrar os amigos indispensáveis para que se desenvolva  uma vida normal dentro da comunidade. 
 
O plano básico consiste no seguinte: Tomando como base uma igreja de 150 a 200 membros são escolhidas 10 famílias adventistas cujo trabalho missionário consiste em atender aos novos membros na área social e afetiva, fazendo com que tenham nos seus primeiros momentos como membros da igreja, toda a possibilidade de conhecer e ter amizade com a  maior quantidade possível de membros da igreja.

O trabalho missionário destas 10 famílias consiste em convidar cada sábado uma pessoa recém-batizada para almoçar e passar todo o tempo desde o final do culto até as atividades do sábado à noite. Isto significa que estarão juntos todo o período e aquele que faz a sesta, ele também deve ter um lugar para fazer o mesmo; se a família sai para dar um passeio em um parque ou no campo, o novo membro deve ir junto, se forem fazer visitas missionárias, juntos as farão, se forem dar estudos bíblicos, o novo irmão deverá estar presente.

No culto JA, certamente devem estar  juntos para participarem da programação, e é importante especialmente quando finaliza o culto JA e inicia a reunião social do sábado à noite que são momentos tão especiais no seio da igreja, pois atende às necessidades sociais da irmandade. 

Na reunião social onde estiver aquele que o convidou, deverá estar o novo membro e tudo o que se faça, deverão realizar juntos. Se houver jogos, que estejam juntos, se participam de lanches, ele também deve comer, se estão em um círculo de amigos nessas maravilhosas conversas informais, eis o melhor lugar para que nossos novos irmãos conheçam e se relacionem com outros irmãos e, com o tempo, possam chegar a ser seus amigos especiais.

Assim isso continua até terminar todas as atividades do sábado. No próximo sábado, farão exatamente o mesmo com outra família da igreja, e assim sucessivamente, até passarem 10 sábados em 10 lugares diferentes, conhecendo 10 famílias e os amigos das famílias.
       
Esse tempo que leva uns dois meses e meio é de vital importância, pois é crítico, já que perdeu os amigos e a família lhe faz muita pressão. A igreja cobre esse período difícil onde a sociedade pressiona com tudo para produzir desânimo, que é a arma mais poderosa que o inimigo utiliza. 

Por outro lado, nesses 10 sábados o novo irmão tem a possibilidade de conhecer uma grande quantidade de pessoas de sua nova comunidade, que é a igreja, a qual está unido e onde, daqui mais, passará sua vida e desenvolverá grande quantidade de atividades. 

Se ele está ausente um sábado, o que perceberá? À medida que esta relação vai aumentando, os irmãos que já estiveram um sábado com ele, imediatamente o buscarão já que compartilharam muitas horas juntos e se conhecem.

Outra vantagem é que nesses 10 sábados no período em que passam juntos partilhar experiências vivenciadas em comum na vida cristã, torna-se um tremendo apoio para aquele que está começando e muitas vezes lhe parece que a problemática supera suas possibilidades. Só em um grupo poderemos avaliar com toda amplitude a força que produz aos novos crentes, o testemunho da vida daqueles que já têm experiência.
 
Estava sendo organizada uma campanha na cidade com um evangelista, e combinamos que antes de iniciar a mesma, faríamos o “seminário de prevenção da apostasia”. Treinamos os membros das três igrejas que receberiam as pessoas dos quatro pontos de pregação onde ocorreria a campanha.

Ao chegar o primeiro sábado dos novos amigos, os nossos irmãos já os esperavam para lhes aplicar a fórmula. Todos seriam convidados para almoçar nesse sábado nas casas dos irmãos com mais experiência. Aquela foi uma experiência maravilhosa, os novos irmãos ficaram impressionados, pois além de serem convidados para almoçar nesse sábado, já tinham convites para os próximos e isso os deixava comprometidos para continuarem assistindo às programações. 

Um homem cuja esposa havia se batizado, mas ele havia decidido não fazê-lo e só assistia para acompanhá-la, prometendo que seria o único sábado que participaria, e saiu com a promessa de assistir pelo menos a 3 sábados mais já que havia sido convidado para almoçar em 3 casas nos sábados seguintes. A história terminou que a impressão causada pela amizade e o carinho recebidos foi tão forte que aqueles homem decidiu batizar-se também. E esta nova comunidade era tão amorosa que valia a pena fazer parte do grupo da esposa. 

Depois de passados dois anos após um curso de treinamento para leigos, uma colega de colégio que havia assistido e que agora vivia naquela cidade e também participado do plano dos almoços com os novos da igreja, cuja família havia adotado como um estilo de vida cristã, relatou-me o seguinte: Depois daquela vez, decidimos que em nossa casa jamais comeríamos sozinhos nos sábados, sempre convidaríamos alguém da igreja, começando pelos mais novos na fé e seguindo pelas pessoas que menos conhecíamos. Nossa casa mudou totalmente. É uma bênção cada sábado ter novas pessoas em nossa mesa; conhecemos e fizemos novas amizades que mudaram nossa vida.

Quando convidarmos essas pessoas para almoçarem conosco, não temos que preparar alimentos especiais nem grandes quantidades; não é isso o mais importante, mas o estar juntos e participar com a simplicidade que exige a confraternização. Não temos porque criar trabalhos e despesas fora do normal, pois o importante é abrir a porta do nosso lar e do nosso coração àqueles que de outra forma se sentiriam abandonados.       

A igreja tem que organizar uma comissão simples que se encarregue de coordenar esse trabalho missionário de tanta relevância na salvação das pessoas. Fazer esta tarefa é tão importante como dar estudos bíblicos, pois se os batizamos e depois eles desanimam, realmente não ajudamos na salvação das pessoas pelas quais Cristo morreu.   
 
São Mateus 14:20 conclui a história com Jesus alimentando 5.000 homens sem contar com as mulheres e as crianças, e não é difícil imaginar que eram entre 15.000 a 20.000 pessoas, com apenas 5 pães e 2 peixes. Aquele povo tinha fome, não havia comido nesse dia e já era tarde; a comida era grátis e isso, sem dúvida, fez com que todos comessem bem mais. Ao terminar, Jesus dá ordem para que juntem os pedaços, pois nada deveria ser jogado fora. O mesmo Jesus espera de nós como aquelas pessoas, que a graça de Deus chegue à igreja, pois temos que juntar tudo e que nada se perca.

“Quem não é por mim, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha.” São Mateus 12:30. Nós somos chamados a escolher e isso implica que nosso trabalho não é só de trazê-los aos pés de Jesus e ao seio da igreja, mas também em prover um ambiente amoroso e fraterno que eles necessitam para permanecer sempre cheios de gozo e felicidade.

René Sand
Associado da Escola Sabatina e
Ministério Pessoal  -  DSA         

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