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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

ALCANÇANDO AS PESSOAS SECULARIZADAS - 3ª PARTE - OS MÉTODOS QUE PAULO UTILIZAVA PARA ALCANÇAR A CAMADA INTELECTUAL E SECULARIZADA DA SOCIEDADE.



PAULO, O APÓSTOLO PARA OS JUDEUS E PARA OS GENTIOS.
            O apóstolo Paulo possuía todas as características necessárias para alguém que quisesse apresentar a mensagem Bíblica às pessoas intelectuais e secularizadas do seu tempo. Paulo, como um escriba judeu, conhecia perfeitamente bem a mensagem bíblica e, como um judeu da Diáspora, também conhecia a língua e a cultura grega dos intelectuais do seu tempo. Paulo era capaz de apresentar a mensagem da Bíblia aos intelectuais judeus e gregos.
            Paulo usava a língua e a cultura grega para apresentar a mensagem, mas permaneceu sempre fiel à verdade bíblica (“para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito” I Coríntios 4:6). Paulo pregava o evangelho tanto a judeus como a gregos (I Coríntios 9:20, 21). Apresentava a mensagem bíblica de acordo com o tipo de pessoas que a recebia. A sua pregação na sinagoga para os judeus era diferente da que ele fazia lá fora para os gentios.

A PREGAÇÃO DE PAULO DIANTE DOS INTELECTUAIS ATENIENSES.
            O discurso de Paulo em Atenas é importante para este estudo porque foi dirigido a um grupo de helenistas, entre os quais estavam filósofos epicureus e estóicos, cuja postura intelectual é muito semelhante à preconizada pelas pessoas secularizadas do nosso tempo.
            Atenas era a capital intelectual e artística do mundo. Era uma cidade conhecida pela sua arte, literatura, ciência e filosofia. Paulo, o Judeu de Tarso, pregava a mensagem bíblica nas cidades de Péricles e Demóstenes, Sofócles e Eurípides. Aqui as pessoas reuniam-se, representando dois pontos de vista do mundo em conflito tais como o grego e o hebraico. Lucas menciona os epicureus e os estóicos como ouvintes de Paulo. As escolas dos epicureus e estóicos eram as mais influentes na época.
            Os epicureus aceitavam o atomismo de Demócrito – tudo era composto por átomos, combinado com uma forma de “deísmo”. Os humanos não deviam temer nem os deuses, nem o destino, nem a morte, eliminando assim todos os problemas. Consideravam-se inúteis as orações que se faziam aos deuses, os sacrifícios que se lhes faziam e a adoração que lhes era prestada. Considerava-se a morte como sendo o fim da alma e do corpo.
            Os estóicos acreditavam numa forma de materialismo panteísta. A realidade era formada por matéria passiva e um princípio activo, o logos, que era ao mesmo tempo Providência e Destino, Razão e Natureza. A diferença entre os epicureus e os estóicos era que estes aceitavam a ideia da Providência, ainda que misturada com a natureza.
            Em Atenas, Paulo apresentou a mensagem bíblica de uma forma maravilhosa. “Revoltava-se nele [Paulo] o seu espírito, vendo a cidade cheia de ídolos.” No entanto, apesar de sentir uma mágoa por ver tanta idolatria, ele apresentou a sua mensagem de uma forma positiva: “em tudo vejo que sois excepcionalmente religiosos.” (Actos 17:22). Ele encontrara um altar dedicado a um Deus Desconhecido, e assim apresentou o Deus da Bíblia como o Deus Desconhecido. Desta forma, estabeleceu um elo de ligação entre a mensagem e as suas(deles) crenças. Este Deus Desconhecido (____________), declarou ele, criou o mundo e tudo o que nele há e não pode ser confinado a templos construídos por seres humanos (Actos 17:24, 25).
            Paulo não atacou directamente o absurdo do paganismo. Antes, procurou ajudá-los a reflectir sobre as suas crenças e tirar algumas conclusões racionais. Não é Deus quem precisa dos homens; são os seres humanos que necessitam de Deus. Deus “dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas.” (Actos 17:25). Deus preocupa-Se com o homem e actua na história da humanidade. Agora Paulo, utilizando os poetas gregos, estabelece uma conexão entre as crenças dos gregos e a mensagem bíblica. “Porque nEle [em Deus] vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: ‘Pois dele também somos geração’. (Actos 17:26-28).
            Deus “determinou-lhes os tempos (_________, tempora, momenta) já dantes ordenados e os limites (_______________, terminos), da sua habitação”, “porquanto determinou um dia em que com justiça há-de julgar o mundo” (Actos 17:31). Paulo introduziu o conceito Bíblico do tempo linear que é contrário à ideia do tempo circular dos gregos.
            Seguidamente, ele declarou a prontidão de Deus em perdoar o passado, mas depois avisou do perigo da rejeição da mensagem. “Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam; porquanto determinou um dia em que com justiça há-de julgar o mundo”. (Actos 17:30, 31).

REACÇÕES À APRESENTAÇÃO DA MENSAGEM
            Parece que quando Paulo falou da ressurreição dos mortos, os seus ouvintes reagiram negativamente e interromperam-no para que não tivesse oportunidade de provar o que acabara de afirmar. Os estóicos, mesmo que tivessem aceitado a possibilidade da sobrevivência da parte racional da alma na morte, consideravam o ensino da ressurreição do homem todo sem sentido. Houve três reacções distintas à pregação de Paulo. Alguns “escarneceram”. Queriam ouvir algo “novo”. Os seus corações não estavam abertos à influência do Espírito Santo. Outros pediram-lhe para “repetir o mesmo assunto” (Actos 17:32). Certamente que a mensagem causou-lhes um impacto, ainda que não tenham sido humildes para o reconhecer e não estivessem ainda preparados para aceitar o Deus verdadeiro em suas vidas. Uns poucos aceitaram a mensagem que Paulo apresentou (Actos 17:34). Quando a mensagem é apresentada a intelectuais cépticos geralmente apenas uns poucos a aceitam. Contudo, mais tarde este pequeno grupo ajudou outros a crerem.
Resumindo, o apóstolo Paulo usou métodos diferentes para apresentar a mensagem bíblica a pessoas diferentes. Quando ele apresentava a mensagem aos gentios, ele adaptava-a à sua cultura e, consciente das dificuldades, dos sofrimentos e das opressões das pessoas do seu tempo, ajudava-as a encontrar uma solução para os seus problemas. (Por exemplo, a cura das pessoas: Actos 14:8-10; 28:8, 9). Sempre que pregava, Paulo procurava dizer algo a respeito de uma crença comum a fim de criar simpatia e um laço de união. Pregava a verdade nova de uma forma que parecia estar em harmonia com algo que os ouvintes já conheciam e acreditavam. Muitos dos métodos do apóstolo Paulo ainda hoje são válidos e podem ser aplicados na apresentação da mensagem bíblica às pessoas secularizadas do nosso tempo.

 

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