Youtube

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A MULHER SAMARITANA




A SAMARITANA, UMA MULHER QUE DISSE SIM A JESUS

"Cristo levou-me ao conhecimento da empolgante realidade... o que isto significa numa vida de libertação, perspectiva, alegria e mudança geral desconhecidas, não pode dizer-se em palavras''. Guilhermina, anterior Rainha da Holanda*

João 4:4-26
João 4:39.42

Com relutância, ela pôs ao ombro o cântaro vazio e, debaixo do escaldante sol do meio-dia, iniciou a sua caminhada ao longo da poeirenta estrada de Sicar. Aborrecia-a mesmo só a idéia desta jornada, mas não tinha alternativa. Era pobre demais para pagar a uma criada, e sendo mulher de má reputação, não ousava ir ao poço mais tarde quando o ar estivesse refrescado. Não podia arriscar-se a encontrar-se com outros habitantes da aldeia, quando estes iam ao poço buscar a sua porção diária de água.
Ela havia trocado a sua pureza feminina pela imoralidade, e pagava diariamente por isso. Era uma marginalizada sem amigos. Esta era uma conseqüência do tipo de vida que levava. E numa aldeia pequena tornava-se particularmente notado.
Quando ainda ia longe, viu um homem sentado junto ao poço.
Mesmo à distância, podia ver que Ele estava cansado. À medida que se aproximava, pôde ver pelo Seu rosto e feições que se tratava de um judeu. Perguntava a si mesma o que teria trazido este Homem a tal lugar. Os judeus tinham um ódio tão profundamente enraizado contra os seus irmãos de raça, os samaritanos, que evitavam a todo o custo passar por Samaria. Quando viajavam da Judéia para a Galiléia, faziam geralmente um desvio em torno da região. "Os samaritanos", diziam eles, ''não têm parte na vida depois da morte''. E, ''Aquele que come pão dum samaritano é como alguém que come porco''. Nada podia ser mais desprezível.
A sua surpresa aumentou quando o Homem lhe pediu um favor. Ele era diferente de qualquer outro homem – seria a Sua voz? Ele falava com autoridade, mas não com ar ditatorial. Ou seria a Sua expressão, o Seu interesse humano?
Sentia-se um tanto perturbada, pouco à vontade na presença da Sua forte personalidade. É compreensível que não O reconhecesse como Mestre, pois não só os judeus nada tinham a ver com os samaritanos, mas era mesmo proibido a um homem judeu falar com uma mulher na rua. "Seria melhor que os Artigos da Lei fossem queimados, do que o seu conteúdo ser revelado a uma mulher, em público", diziam os seus rabis.
Por que é que então este homem procurava entrar em contacto com ela? – não só como samaritana, mas também como mulher?
Jesus não fez caso da sua pergunta. Despertou-lhe curiosidade, falando a respeito da água viva. Se ela tão-somente soubesse com quem estava a falar! – as palavras "água viva'' impressionaram-na. Isso constituiria a resposta ao seu problema. Significaria que já não eram precisas aquelas viagens diárias e penosas para ir buscar água. Ela não compreendia que nem a água de todos os oceanos do mundo seria suficiente para apagar a sua sede. Uma solução para o seu problema material não era uma resposta autêntica. Era a sua alma que estava mais profundamente necessitada.
E era isso exatamente que Jesus visava. Queria torná-la consciente da necessidade de satisfazer essa carência. Ele tinha vindo a Samaria com tal propósito.
Ela não O entendia. Absorvida como estava com os seus problemas diários, tinha negligenciado as necessidades da alma. "Dá-me alguma dessa água, a fim de que eu não volte a ter sede'', disse ela. "Então", continuou, "não precisarei vir todos os dias ao poço''.
A resposta de Jesus foi um pedido simples mas realmente desconcertante: "Vai, chama o teu marido e vem cá".
O teu marido, o teu marido – mas ela não tinha marido legal. Sentiu-se assustada ao ouvir aquele Homem dizer tais palavras, principalmente depois da conversa ter corrido tão bem. Ela era bastante experiente no que respeita a homens, mas não pôde mentir a Este. "Não tenho marido'', respondeu ela. "Não sou casada".
"Isso é verdade. Tiveste cinco maridos e não és casada com o homem com quem vives agora''.
Isto era terrível. Será que não havia segredos para este Homem? A sua vida era como um livro aberto para Ele (Heb. 4:13). E contudo, nem a desprezou, nem a censurou. Que estranho! Todavia, Ele tinha-a tornado consciente da triste mancha da sua vida – o pecado. Além disso, Ele afirmou que não lhe daria a tão desejada água viva, até que este pecado tivesse sido removido. Como uma mulher religiosa, estava plenamente consciente das leis que dizem respeito ao adultério. Contudo, até ali havia sido capaz de justificar as suas ações com desculpas.
Mas esse tempo tinha passado. Agora via claramente que a sua vida tinha sido governada pelo pecado. Pecado este que não podia continuar aos olhos de Deus. Pecado que tinha de ser condenado – forçosamente.
"Senhor, vejo que és Profeta", foi tudo o que ela pôde dizer. Depois começou a falar sobre religião – como as suas formas e controvérsias dividiam as pessoas. A religião mostrara-se sempre um tópico interessante e bastante seguro. Uma pessoa podia gastar horas sem fim em discussões, arranjando grandes argumentos em que pudesse esconder perfeitamente os seus verdadeiros sentimentos.
Jesus manteve-se firme no tema principal da conversa. Não se quis desviar do propósito que O tinha trazido ali. Mostrou-lhe por algumas palavras que a religião não era uma questão de forma, mas de conteúdo. Deus procurava as pessoas que O buscassem de todo o coração, que quisessem servi-lO em absoluto. A única coisa que tinha valor aos olhos de Deus era a fé. Era isso que Ele lhe estava a dizer. Ele não usou a afirmação formal "Em verdade, em verdade vos digo..." como fizera com o culto Nicodemos (João 3:5), mas pediu simplesmente: "Mulher, crê em Mim''. O resultado desejado foi o mesmo – um novo nascimento.
Um anseio pelo Messias encheu então o seu coração. O Cristo – Ele esclareceria tudo o que ainda era obscuro e enigmático. Foi exatamente aí que a conversa atingiu o seu clímax. Jesus assegurou-lhe que o seu anseio estava satisfeito; o futuro podia tornar-se presente, ali e então.
"Eu sou o Messias''. Cristo não era uma figura no futuro distante. Era carne e sangue. Estava diante dela. Aquilo que Ele não tinha dito a qualquer outra pessoa de um modo tão claro, revelou-o a ela: "Eu sou o Cristo".
Por ela, unicamente por ela, tinha Ele vindo à tão odiada Samaria. Por ela havia posto de lado as regras e preconceitos judeus. A hora messiânica tinha chegado. O tempo da discriminação acabara. Havia uma solução para o ódio racial e para a controvérsia religiosa. Todo o ser humano, mesmo o mais pecador, podia agora vir a Deus através dEle, sob duas condições:
Primeiro, tem de reconhecer o seu pecado (Rm. 3:23) e confessá-lo (Rm. 10:9,10). Tem de reconhecer que não pode existir diante de um Deus justo, pois Ele é santo. Segundo, tem de confiar em Jesus Cristo - isto é, crer n'Ele. É Ele o Mediador entre Deus e o homem (João 14:6). É a ponte sobre a brecha que o pecado abriu entre o homem e Deus.
Num momento, ela viu tudo isso claramente. Era uma pecadora, horrível, desprezível. Ele era cheio de amor e compreensão – de perdão. Compreendeu então que foi isso que O levou a procurá-la. Aceitou-O no seu coração. Disse sim a Jesus Cristo.
A Rainha Guilhermina da Holanda, outra mulher que disse sim a Cristo, escreveu uma impressionante auto-biografia, no fim da sua vida, intitulada "Lonely, But Not Alone" (Só, Mas Não Solitária). Terminou esse livro com o que se chama a revelação da sua vida – que Cristo quer entrar no coração humano e governá-lo. As suas últimas palavras são uma citação bíblica: "Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo" (Ap. 3:20). A Rainha Guilhermina considerava-se uma filha de Deus, e com razão, pois havia recebido Cristo como seu Salvador e Senhor (João 1:12). Qualquer pessoa que recebe Cristo desse modo torna--se uma nova criação (2 Cor. 5:17). Há uma grande diferença entre as condições sociais da samaritana e as desta rainha. Todavia, as suas experiências mais profundas foram iguais, uma vez que receber Jesus Cristo como Salvador é a experiência mais importante de qualquer vida humana.
A mulher com um passado desfeito e arruinado, ficou inteiramente liberta. Ficou livre do castigo do pecado e, portanto, aos olhos de Deus, livre da mancha do passado. A crítica das pessoas já não precisava de a ferir. Dali em diante, podia olhar livremente para elas – sem vergonha. Aquele que julgava as pessoas, não pela aparência exterior, mas pelo coração, tinha-a declarado livre de culpa. Como é que então as pessoas poderiam acusá-la?
A solução para os seus problemas foi total – espiritual e material. A fonte de água viva tinha-a limpo, e apagado a sua sede, e trouxe-lhe uma felicidade que ela nunca julgara possível.
Ela não ia certamente guardar isto só para si. Esqueceu-se da razão que a levara ao poço. Havia algo mais importante em jogo. Ela regressou rapidamente à aldeia para comunicar a maravilhosa notícia de que o Messias tinha chegado. O pecado podia ser perdoado. Precisava dizer isto às pessoas imediatamente!
Dirigiu-se a elas com a natural clareza e liberdade de alguém que esteve na presença de Deus, contando-lhes a sua experiência.
"Vinde comigo", pediu ela, "conhecer o Homem que sabia todo o meu passado. Ele tem de ser, sem dúvida, o Cristo".
A sua timidez havia desaparecido. Fez referência ao seu passado desonroso sem qualquer hesitação ou receio. Era impressionante ver como essa vida passada, da qual tanto se envergonhara, se tornava agora elo de ligação com o presente feliz.
As pessoas, vendo a mudança que se operara nela, apressaram-se a ir da aldeia ao poço de Jacó. Lá encontraram o Messias. Jesus fez por eles o que tinha feito pela mulher. Libertou-os. Deu-lhes uma nova vida – vida eterna.
Eles ficaram impressionados e pediram-Lhe que ficasse mais tempo. Ele acedeu. Ainda mais pessoas vieram ouvi-lo, e mais – e mais.
Diziam depois à mulher: "Nós cremos, não por causa do que tu nos disseste, mas porque nós próprios O ouvimos. Estamos pessoalmente convencidos de que Ele é o Salvador do mundo''. Isso era bom. Era Cristo que devia receber atenção, não a mulher. Era Cristo que devia receber a glória. Ela foi apenas um dedo que apontou para Ele.
Quatro anos se passaram. A terra e os céus tinham-se coberto de densa escuridão no dia em que o inocente Jesus de Nazaré, Deus e Homem, foi crucificado.
Depois da crucificação, os anjos proclama a Sua ressurreição – e quarenta dias mais tarde, no momento da ascensão, anunciaram a Sua segunda vinda à terra. Alguns dias depois, o Espírito Santo desceu do céu. Primeiro sobre indivíduos, e então sobre grandes multidões. Milhares e milhares de pessoas experimentaram o início de uma nova vida.
Depois surgiu a horrível perseguição aos novos crentes. Satanás não soltou – nem solta – facilmente a sua presa. Quando se tornou demasiado perigoso para os cristãos continuar em Jerusalém, eles fugiram para a Judéia e Samaria.
Iniciou-se um grande movimento evangelístico em Samaria. Foi tão bem sucedido, que se tornou necessário um evangelista para continuar o ministério. Quando Filipe chegou e começou a pregar a grandes multidões, muitos aceitaram Cristo. Mais uma vez houve alegria na cidade, culminando com o derramamento do Espírito Santo. As diferenças entre os judeus e os samaritanos foram abolidas para sempre. O Evangelho foi derramado sobre o mundo. As boas novas passavam de cidade para cidade. E foi por a samaritana estar disposta a partilhar, que o movimento evangelístico em Samaria ficará eternamente associado a uma mulher.
A história da Samaritana ilustra claramente que, embora uma pessoa sem Cristo seja um campo missionário, ela mesma se torna missionária no momento em que O recebe – missionária para Ele e pela Sua graça. Quando o Filho de Deus entra na vida de uma pessoa, faz uma grande diferença.

A Samaritana, uma mulher que disse sim a Jesus
(João 4:4-26,39-42)

Perguntas:
1. Em seu entender, por que é que a Samaritana não ia buscar água mais tarde, quando estivesse mais fresco? (A hora sexta corresponde ao meio-dia).
2. Na sua opinião, por que é que Jesus lhe disse: "Vai, chama o teu marido e vem cá"?
3. A mulher falou sobre assuntos religiosos secundários. Qual o assunto real que Jesus procurou salientar perante ela? (Ler Romanos 3:23; 10:9-11).
4. Examine esta história à luz de João 1:12 e de Apocalipse 3:20. Quais são as suas conclusões?
5. Compare João 4:39-42 com 2 Coríntios 5:17 e enumere os pontos que encontrou.
6. Quais lhe parecem ser os dois maiores resultados da conversa desta mulher com Jesus? (Verifique também Atos 8:1-17).
7. O que é que existe nesta história em relação a crer em Cristo e testemunhar dEle que o tenha pessoalmente estimulado? Que atitude prática irá tomar na vida como resultado disso?

FONTE: LIVRO SEU NOME É MULHER


Sem comentários:

Enviar um comentário

VEJA TAMBÉM ESTES:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...